A secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) tomou medidas drásticas após a deflagração da Operação Desbaste pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Nove servidores públicos foram afastados de suas funções e um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto para investigar a suspeita de produção de documentos falsos e fraudes ambientais que beneficiaram produtores rurais envolvidos em desmatamento ilegal.

Além disso, outros quatro servidores públicos comissionados foram exonerados devido a suspeitas de envolvimento nas ilegalidades.

A Operação Desbaste, que resultou no cumprimento de 37 ordens judiciais, incluindo 20 ordens de busca e apreensão e 17 medidas cautelares em várias cidades de Mato Grosso, tem como objetivo combater uma organização criminosa dedicada à fraude de licenciamentos ambientais e sistemas de controle ambiental, tais como CC-Sema, Sisflora e Simlam.

As investigações revelaram que os responsáveis pela organização também estiveram envolvidos na lavagem de dinheiro e na obtenção criminosa de ativos por meio de desmatamentos, falsificações e corrupção. 

Segundo o levantamento apenas uma fazenda, estimou-se que o prejuízo ambiental alcance quase R$ 67 milhões.

Os envolvidos na Operação Desbaste enfrentam graves acusações que incluem crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção e outros delitos contra a administração ambiental, cujas penas máximas somadas podem chegar a mais de 20 anos de prisão.

A lista de servidores afastados inclui nomes como Victor Carneiro Pereira da Fonseca, Ana Paula Alves Gondim, Huelton Lima da Silva, Jackson Monteiro de Medeiros, Jean Paulo Bahia de Oliveira, Joelson Lucas De Albuquerque, Ronnky Chaell Braga Da Silva, Eunice Luna Falchetto e Flávio Hoelscher da Silva, todos com cargos relacionados ao meio ambiente.

Juntamente com os servidores de carreira, também foram exonerados os comissionados Floriano da Cunha Pinheiro, Ricardo Heinen Borges Da Silva, Bruna Ribeiro de Oliveira e Eduardo Silva Penna, em uma ação que busca trazer transparência e responsabilidade ao sistema de controle ambiental do estado de Mato Grosso.

A Operação Desbaste continua a desvendar os detalhes dessa complexa rede criminosa e reforça o compromisso das autoridades em proteger o meio ambiente e combater a corrupção na administração pública.