Polícia

Justiça converte em preventivas as prisões de advogados e PM na Operação Gravatas por trabalharem para o Comando Vermelho em MT

O grupo foi preso na terça feira, 12, na Operação Gravatas, realizada pela Policia Civil de Tapurah(389,9 KM de Cuiabá) por suas ligações com a facção criminosa Comando Vermelho

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 13/03/2024
Justiça converte em preventivas as prisões de advogados e PM na Operação Gravatas por trabalharem para o Comando Vermelho em MT
A ação operacional conta com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e regionais da Polícia Civil de Nova Mutum e Sinop | Rede Social/Polícia Civil

O juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, converteu em prisão preventiva as prisões dos advogados Hingritty Borges Mingotti e Tallis de Lara Evangelista por trabalharem para o Comando Vermelho.

Já o juízo da 5ª Vara Criminal da Comarca de Sinop(503 km de Cuiabá) coverteu também em preventiva as prisões do policial militar Leonardo Qualio e do advogado Roberto Luís de Oliveira.

A advogada Jéssica Daiane Maróstica teve a prisão preventiva convertida em domiciliar e será monitorada por medidas cautelares.

O grupo foi preso na terça feira, 12, na Operação Gravatas, realizada pela Policia Civil de Tapurah(389,9 KM de Cuiabá) por suas ligações com a facção criminosa Comando Vermelho.

Além do cumprimento das prisões dos advogados e do policial militar, houve cumprimento de Cuiabá contra três líderes da facção Comando Vermelho que estão custodiados no sistema prisional.

A ação operacional contou com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e regionais da Polícia Civil de Nova Mutum e Sinop.

Os relatórios de investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.



A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria.

A investigação apontou ainda que os advogados realizaram diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas. Ainda intermediaram a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.

O grupo criminoso contou ainda com a ajuda do policial militar de Sinop, que enviou ilegalmente dezenas de boletins de ocorrência para os advogados.

Os boletins depois eram encaminhados aos líderes da facção criminosa que se encontram detidos no sistema penitenciário. Em tempo real, aqueles que mantinham a organização e o controle do tráfico de drogas conseguiam informações sobre a atuação policial, tanto da Polícia Civil quanto da Militar.