Naquele ano de 2018, na cidade de Vila Rica (1.259 km de Cuiabá) três policiais femininas da Polícia Militar(instituição tricentenária, criada a partir da fundação de Cuiabá, em 1720), passaram pelos piores pesadelos que uma mulher pode ter: assédio sexual no trabalho e que afeta o psicológico na integralidade.

Elas tinham sido designadas para trabalhar naquela localidade para seguir o que determina o estatuto da PM, de tomar posse e cumprir estágio e permanência no interior do estado. A base da PM, naquela localidade se restringe ao novo lar, das mulheres policiais militares.

A base foi uma experiência interessante porque essas são como pequenas cidades e lá você tem a oportunidade de fazer muitas coisas pela comunidade e se conectar com outras mulheres da cidade e esposas de militares.

No entanto, o que elas não imaginavam era que, naquela mesma base, a vida delas estava prestes a mudar.

O que estava para acontecer quase destruiria seus psicológicos, poderia encerrar suas carreiras militares e deixaria em ambas, sequelas que, ainda não foram totalmente superadas. Elas foram assediadas pelo Tenente Coronel PM Joel Outo Matos, que era comandante do 10º Comando Regional daquele município, um militar de alta patente.

E que usava de seu posto para pedir sexo em troca de promoção das vítimas, as policiais femininas. Elas eram assediadas pelo Tenente Coronel por meio de mensagens do WhatsApp.

Ele as pressionava e falava em intervenção na vida delas, por promoção, em troca de sexo. “Tudo estava desenhado para você ir presa, ser mandada embora, perder sua estabilidade financeira, essa vida que você tem. Eu entrei na sua vida quer você queria, quer não. Quero você”, afirma o PM Joel Outo Matos, em conversas divulgadas pelo Ministério Público.

O MP processou o oficial e ele foi condenado em 2022. Nesta sexta-feira, 11, o governador Mauro Mendes (União) mandou prendê-lo por 15 dias. A determinação da prisão foi publicada no Diário Oficial Eletrônico.