Polícia
ABUSO E DESRESPEITO: Ex-subcomandante da GM transforma velório de idosa em cenário de intimidação armada em Várzea Grande
Família acusa Alexander Gouveia de tráfico de influência e uso da Guarda Municipal para autopromoção durante momento de dor

Um ato brutal de desrespeito à dor alheia revoltou familiares e amigos durante o velório da senhora L.A.R., de 85 anos, na manhã deste domingo (1º), no Cemitério Recanto de Paz, em Várzea Grande. Em pleno momento de luto, o ex-subcomandante da Guarda Municipal, Alexander Gouveia Ortiz, mandou uma viatura oficial com três guardas fortemente armados para o local, sem qualquer justificativa institucional.
Os agentes, uniformizados e portando armamento pesado, permaneceram dentro do cemitério sob a alegação — segundo o próprio Alexander — de que estariam ali apenas para “cumprimentá-lo”. A explicação revoltou os presentes. “Foi um show de horror. Estávamos enterrando nossa matriarca e fomos surpreendidos por um aparato militar, como se estivéssemos cometendo um crime. É inaceitável!”, desabafou um dos filhos da idosa, Ivan Antônio Ribeiro, que veio de Brasília para o velório da mãe e ficou revoltado com a situação.
A família, indignada com a clara tentativa de intimidação e uso político da Guarda, acionou imediatamente o secretário de Defesa Social da GM, Louriney dos Santos Silva, que, ao tomar ciência da aberração, determinou a retirada imediata da viatura do cemitério.
O próprio relatório da guarnição confirma: não houve tumulto, desentendimento ou qualquer ocorrência no local. Os GMs apenas cumpriam ordem direta de Alexander Gouveia, que sequer ocupa mais cargo de comando.
Procurado pelo Página 12, o atual comandante da Guarda Municipal, Juliano Lemos, foi categórico:
“A atitude do ex-subcomandante é inadmissível, abusiva e criminosa. Vamos instaurar um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o uso indevido da estrutura da corporação, o possível tráfico de influência e a comunicação falsa de crime. O luto de uma família não pode ser tratado com tamanha violência simbólica.”
A repercussão foi imediata dentro e fora da corporação. Servidores classificaram a conduta de Alexander como “autoritarismo puro travestido de vaidade”. Para muitos, a cena parece saída de um estado policial onde o poder é exercido pela força e não pela lei.
O caso pode gerar consequências jurídicas graves, além de representar mais um episódio vergonhoso de abuso de poder em Várzea Grande. A família da idosa deve formalizar denúncia junto ao Ministério Público nos próximos dias.