Polícia

Justiça libera imagens e confirma que empresários foram torturados por policiais após assalto a banco em MT

Empresários relataram sessões de espancamento, afogamento e ameaças; imagens mostram marcas da violência

DA REPORTAGEM 06/08/2025
Justiça libera imagens e confirma que empresários foram torturados por policiais após assalto a banco em MT
A Justiça de Mato Grosso confirmou que os empresários Fabrício da Silva Lima e Valdemar do Nascimento Alves foram torturados por policiais civis | Poder Judiciário de MT

A Justiça de Mato Grosso confirmou que os empresários Fabrício da Silva Lima e Valdemar do Nascimento Alves foram torturados por policiais civis após serem presos sob suspeita de envolvimento no assalto a uma agência bancária no município de Brasnorte(580 km de Cuiabá). As imagens da tortura, registradas após a abordagem, foram liberadas nesta semana por decisão judicial e reforçam a gravidade das denúncias.

Fabrício e Valdemar estão entre os 14 detidos pela Polícia Civil e o Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que investigam o crime ocorrido na quinta-feira (31). Ambos denunciaram as agressões durante audiência de custódia, no domingo (3), e relataram que foram levados à força para uma residência onde foram submetidos a espancamentos, afogamento na piscina, sufocamento com sacolas plásticas e ameaças contra familiares.

“Eles disseram que iam nos levar para a delegacia, mas desviaram o caminho, trancaram a gente numa casa e começou a sessão de tortura. Foram três horas de pancada, sufocamento, afogamento e ameaças contra meu filho de 11 anos”, afirmou Fabrício, que exibiu hematomas por todo o corpo.

Valdemar confirmou o relato e detalhou que ambos foram obrigados a revelar informações sobre o paradeiro do dinheiro roubado sob ameaças de morte. O vídeo gravado logo após a sessão de agressões mostra os empresários com marcas visíveis de violência e em estado de choque.

A Corregedoria da Polícia Civil confirmou, em nota oficial, que recebeu comunicação da Justiça sobre os relatos de tortura e que abriu procedimento interno para apurar a conduta dos agentes envolvidos. A identidade dos policiais citados nas denúncias ainda não foi divulgada.

Segundo a investigação, o assalto foi planejado por ao menos 20 dias e envolveu apoio logístico de um agiota, um recepcionista de hotel e outros comparsas. Os criminosos teriam até pago propina para retardar a ação de policiais militares. A quantia roubada ainda não foi recuperada.

A megaoperação policial que culminou nas prisões envolveu mais de 100 agentes das polícias Civil e Militar, incluindo equipes do GCCO, Bope, Core, Força Tática e Ciopaer.