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EUA interditam e apreendem segundo navio petroleiro na costa da Venezuela

Apreensão ocorre após Donald Trump anunciar um bloqueio a embarcações sancionadas que entram e saem da Venezuela

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 20/12/2025
EUA interditam e apreendem segundo navio petroleiro na costa da Venezuela
Autoridades dos Estados Unidos embarcaram e apreenderam um navio na costa da Venezuela neste sábado (20), enquanto o governo Trump aumenta a pressão sobre Caracas | G1

Autoridades dos Estados Unidos embarcaram e apreenderam um navio na costa da Venezuela neste sábado (20), enquanto o governo Trump aumenta a pressão sobre Caracas.

A apreensão foi confirmada pela secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, em um post no X. “Os Estados Unidos continuarão a perseguir o movimento ilícito de petróleo sancionado que é usado para financiar o narcoterrorismo na região”, escreveu Noem.

Este é o segundo caso conhecido de interdição de um navio perto da Venezuela pelos EUA no mês de dezembros, e o primeiro após o presidente Donald Trump anunciar um “bloqueio” de petroleiros sancionados que entram e saem do país.

Os EUA apreenderam um grande petroleiro chamado Skipper, que era alvo de sanções pelas suas ligações com o Irã, em 10 de dezembro.

Embora a ordem de Trump  tenha como alvo os petroleiros sancionados, o navio que os EUA apreenderam neste sábado não está sob sanções dos EUA, disse uma fonte familiarizada com o assunto. A interdição não foi contestada pela tripulação do petroleiro.

O navio era um petroleiro de bandeira panamenha que transportava petróleo venezuelano, segundo a fonte do governo americano, e tinha como destino final a Ásia.

A operação deste sábado foi liderada pela Guarda Costeira dos EUA, com a ajuda do Pentágono, e ocorreu em águas internacionais, disse a fonte.

CNN entrou em contato com a Casa Branca para comentar, mas ainda não obteve resposta.

Somadas às ameaças de Trump de ataques terrestres na Venezuela, as apreensões de navios aumentam a pressão sobre Caracas, cuja economia já é sufocada pelas sanções ao setor petrolífero.

Os EUA deslocaram milhares de soldados e um grupo de porta-aviões para o Caribe, realizaram ataques a barcos suspeitos de tráfico de droga e reforçaram ameaças contra o ditador Nicolás Maduro.

Os militares dos EUA mataram 104 pessoas em ataques que destruíram 29 supostos barcos de traficantes. O governo Trump argumenta que os ataques têm como objetivo reprimir os fluxos ilegais de drogas e imigrantes da Venezuela.

O anúncio de Trump  de um “bloqueio” naval também evidenciou o foco do presidente no petróleo do venezuelano, que ele acusa a Venezuela de ter roubado dos EUA.

A estatal Petróleos de Venezuela controla a indústria petrolífera do país. A Chevron, sediada em Houston, é a única empresa americana com licença para operar na Venezuela e paga uma percentagem da sua produção à PDVSA.

As reservas de petróleo da Venezuela são as maiores do mundo, mas operam muito abaixo da capacidade devido a sanções internacionais. Grande parte do petróleo do país é vendido à China.

A Venezuela criticou o bloqueio de Trump no início desta semana, denunciando “uma ameaça séria e imprudente”. Caracas afirmou que continuaria a defender a sua soberania e os interesses nacionais.