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EUA interditam e apreendem segundo navio petroleiro na costa da Venezuela
Apreensão ocorre após Donald Trump anunciar um bloqueio a embarcações sancionadas que entram e saem da Venezuela
Autoridades dos Estados Unidos embarcaram e apreenderam um navio na costa da Venezuela neste sábado (20), enquanto o governo Trump aumenta a pressão sobre Caracas.
A apreensão foi confirmada pela secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, em um post no X. “Os Estados Unidos continuarão a perseguir o movimento ilícito de petróleo sancionado que é usado para financiar o narcoterrorismo na região”, escreveu Noem.
Este é o segundo caso conhecido de interdição de um navio perto da Venezuela pelos EUA no mês de dezembros, e o primeiro após o presidente Donald Trump anunciar um “bloqueio” de petroleiros sancionados que entram e saem do país.
Os EUA apreenderam um grande petroleiro chamado Skipper, que era alvo de sanções pelas suas ligações com o Irã, em 10 de dezembro.
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O navio era um petroleiro de bandeira panamenha que transportava petróleo venezuelano, segundo a fonte do governo americano, e tinha como destino final a Ásia.
A operação deste sábado foi liderada pela Guarda Costeira dos EUA, com a ajuda do Pentágono, e ocorreu em águas internacionais, disse a fonte.
A CNN entrou em contato com a Casa Branca para comentar, mas ainda não obteve resposta.
Somadas às ameaças de Trump de ataques terrestres na Venezuela, as apreensões de navios aumentam a pressão sobre Caracas, cuja economia já é sufocada pelas sanções ao setor petrolífero.
Os EUA deslocaram milhares de soldados e um grupo de porta-aviões para o Caribe, realizaram ataques a barcos suspeitos de tráfico de droga e reforçaram ameaças contra o ditador Nicolás Maduro.
Os militares dos EUA mataram 104 pessoas em ataques que destruíram 29 supostos barcos de traficantes. O governo Trump argumenta que os ataques têm como objetivo reprimir os fluxos ilegais de drogas e imigrantes da Venezuela.
O anúncio de Trump de um “bloqueio” naval também evidenciou o foco do presidente no petróleo do venezuelano, que ele acusa a Venezuela de ter roubado dos EUA.
A estatal Petróleos de Venezuela controla a indústria petrolífera do país. A Chevron, sediada em Houston, é a única empresa americana com licença para operar na Venezuela e paga uma percentagem da sua produção à PDVSA.
As reservas de petróleo da Venezuela são as maiores do mundo, mas operam muito abaixo da capacidade devido a sanções internacionais. Grande parte do petróleo do país é vendido à China.
A Venezuela criticou o bloqueio de Trump no início desta semana, denunciando “uma ameaça séria e imprudente”. Caracas afirmou que continuaria a defender a sua soberania e os interesses nacionais.