Polícia
Operação explosiva em MT: polícia civil desmonta megaesquema de furto de energia em região líder da soja; empresário do agronegócio é preso!
A suspeita é de que, em plena região símbolo da força do agronegócio brasileiro, um golpe silencioso estaria drenando energia por meses, causando prejuízos milionários ao sistema elétrico
Um verdadeiro terremoto policial sacudiu Lucas do Rio Verde e Sorriso — dois dos maiores polos de produção de soja do país — na quarta-feira (26). A Polícia Civil deflagrou a Operação Ignis Justiça, que escancarou um esquema milionário e altamente profissionalizado de furto de energia, envolvendo um empresário do agronegócio e dois especialistas com acesso técnico privilegiado.
A suspeita é de que, em plena região símbolo da força do agronegócio brasileiro, um golpe silencioso estaria drenando energia por meses, causando prejuízos milionários ao sistema elétrico.
Ao contrário do “gato” improvisado e comum em pequenos furtos, o esquema teria sido conduzido com engenharia avançada, acesso interno aos sistemas e um plano estruturado para reduzir artificialmente o consumo real de empresas de grande porte — incluindo unidades industriais localizadas em áreas estratégicas da rota da soja.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva.
Entre os alvos estão: um engenheiro eletricista, apontado como responsável pelas adulterações técnicas; um ex-funcionário terceirizado da concessionária, com suposto acesso privilegiado aos sistemas e um empresário do agronegócio, que seria beneficiado diretamente pelos desvios.

As ações ocorreram em três unidades empresariais — duas em Lucas do Rio Verde e uma em Sorriso — além das residências dos investigados. Peritos da Politec e profissionais da Energisa acompanharam tudo, realizando perícias minuciosas.
As investigações apontam que o grupo não atuava de forma improvisada: era um sistema sofisticado, planejado por meses, operando de forma contínua e silenciosa.
O objetivo? Diminuir artificialmente o consumo registrado, desviando recursos que deveriam retornar à concessionária e, indiretamente, à população.
Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava dentro de empresas do ramo da agroindústria, setor intimamente ligado ao poder econômico da região — onde a produção de soja movimenta bilhões todos os anos.
A delegada responsável, Paula Moreira Barbosa, não poupou palavras:
“Não é um furto simples. É um crime altamente profissionalizado, com impacto econômico milionário.”
Ela destacou que o dinheiro que deveria fortalecer o sistema energético estava sendo sugado para dentro do esquema criminoso, afetando toda a cadeia que depende da energia para operar — incluindo a forte indústria ligada ao agronegócio.
A Polícia Civil afirmou que investiga casos semelhantes em outros municípios mato-grossenses, mas nenhum com o nível de sofisticação encontrado nesta operação — e que este tipo de fraude representa um risco direto ao sistema elétrico que abastece uma das regiões mais produtivas da soja brasileira.
“A Polícia Civil continuará firme no combate a esse tipo de fraude”, reforçou a delegada.