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Operação explosiva em MT: polícia civil desmonta megaesquema de furto de energia em região líder da soja; empresário do agronegócio é preso!

A suspeita é de que, em plena região símbolo da força do agronegócio brasileiro, um golpe silencioso estaria drenando energia por meses, causando prejuízos milionários ao sistema elétrico

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 26/11/2025
Operação explosiva em MT: polícia civil desmonta megaesquema de furto de energia em região líder da soja; empresário do agronegócio é preso!
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva | PC-MT

Um verdadeiro terremoto policial sacudiu Lucas do Rio Verde e Sorriso — dois dos maiores polos de produção de soja do país — na quarta-feira (26). A Polícia Civil deflagrou a Operação Ignis Justiça, que escancarou um esquema milionário e altamente profissionalizado de furto de energia, envolvendo um empresário do agronegócio e dois especialistas com acesso técnico privilegiado.

A suspeita é de que, em plena região símbolo da força do agronegócio brasileiro, um golpe silencioso estaria drenando energia por meses, causando prejuízos milionários ao sistema elétrico.

Ao contrário do “gato” improvisado e comum em pequenos furtos, o esquema teria sido conduzido com engenharia avançada, acesso interno aos sistemas e um plano estruturado para reduzir artificialmente o consumo real de empresas de grande porte — incluindo unidades industriais localizadas em áreas estratégicas da rota da soja.

Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva.
Entre os alvos estão: um engenheiro eletricista, apontado como responsável pelas adulterações técnicas; um ex-funcionário terceirizado da concessionária, com suposto acesso privilegiado aos sistemas e um empresário do agronegócio, que seria beneficiado diretamente pelos desvios.

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As ações ocorreram em três unidades empresariais — duas em Lucas do Rio Verde e uma em Sorriso — além das residências dos investigados. Peritos da Politec e profissionais da Energisa acompanharam tudo, realizando perícias minuciosas.

As investigações apontam que o grupo não atuava de forma improvisada: era um sistema sofisticado, planejado por meses, operando de forma contínua e silenciosa.

O objetivo? Diminuir artificialmente o consumo registrado, desviando recursos que deveriam retornar à concessionária e, indiretamente, à população.

Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava dentro de empresas do ramo da agroindústria, setor intimamente ligado ao poder econômico da região — onde a produção de soja movimenta bilhões todos os anos.

A delegada responsável, Paula Moreira Barbosa, não poupou palavras:

“Não é um furto simples. É um crime altamente profissionalizado, com impacto econômico milionário.”

Ela destacou que o dinheiro que deveria fortalecer o sistema energético estava sendo sugado para dentro do esquema criminoso, afetando toda a cadeia que depende da energia para operar — incluindo a forte indústria ligada ao agronegócio.

A Polícia Civil afirmou que investiga casos semelhantes em outros municípios mato-grossenses, mas nenhum com o nível de sofisticação encontrado nesta operação — e que este tipo de fraude representa um risco direto ao sistema elétrico que abastece uma das regiões mais produtivas da soja brasileira.

“A Polícia Civil continuará firme no combate a esse tipo de fraude”, reforçou a delegada.