Política

Riva sai do ‘limbo’ político, confessa que pecou e quer a filha na direção da AL/MT, poder que ele comandou por 20 anos

Ex-parlamentar - afirma - que se elegeria 10 vezes mais se quisesse

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA 21/07/2024
Riva sai do ‘limbo’ político, confessa que pecou e quer a filha na direção da AL/MT, poder que ele comandou por 20 anos
Riva: "Eu não me orgulho de tudo eu fiz" | Olhar Direto/Podcast

“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade. Tanto horror perante os céus... Ó mar! por que não apagas. Co'a esponja de tuas vagas. De teu manto este borrão?... Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!....

O poema foi escrito pelo autor abolicionista, Castro Alves, em 1868, e mostrou o sofrimento dos africanos escravizados, em um navio negreiro, rumo ao Brasil, país que descumpria a lei que proibia o tráfico de escravos.

As características – depois de 156 anos - com o uso intenso de exclamações e hipérboles é o mesmo comparativo de um período épico, vivido pelo ex-todo poderoso presidente da assembleia legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva, e que ele relatou, na semana que passou, em Cuiabá, em ações heróicas ou fatos extraordinários vivido por ele.

E é claro, contou que também pecou.

Mas a sua grandeza política – afirma - não se resume ao engenhoso e esmerado formato adotado por ele, mas, pelo grupo de apoiadores construído nesse tempo, “me elegeria deputado uma dez vezes. Vou deixar a humildade de lado e vou dizer pro ces(sic)que se eu fosse candidato deputado hoje, não tenho dúvida que me elegeria sem sair de casa”, disse Riva.

O ex-deputado foi considerado um homem forte na assembleia legislativa por duas décadas. Com seu poder incontrastável, sobretudo, ocasionadas por uma avalanche de acusações – principalmente corruptivas, ele foi o carro chefe das eleições da mesa diretora da assembleia de 1994 a 2014.

Ora se elegendo presidente, ora se elegendo primeiro secretário da mesa.

E quer transformar essa experiência inglória em manifestações de apoio e defesa da sua filha, Janaína Riva, MDB, para que ela possa ser uma das mandatárias, como primeira secretária.

É lógico, se der certo, os dividendos ao ‘ex-rei’ da assembleia seriam evidentes se Cuiabá fosse um Ducado e se Mato Grosso fosse um Principado.

Riva poderia invocar a princesa Dulcinéia – assim como fez Dom Quixote de La Mancha (obra do espanhol Miguel de Cervantes), para que intercedesse junto ao Rei - emprego e renda para seu povo.

Nesse caso, o ex-deputado poderia se reinventar, seria uma espécie de ‘salvador’ para que seus pecados fossem realmente perdoados. “Eu não me orgulho de tudo eu fiz...fui procurar em Deus um conforto e encontrei esse conforto”.