Brasil
Cemitério em São Paulo. A foto que jamais gostaríamos de publicar
Esse quadro devastador do coronavírus foi visto primeiro na China, depois na Itália e na Espanha. Chegou há poucos dias aos Estados Unidos. E começa a se impor no Brasil, como revela a foto de Amanda Perobelli, fotógrafa da Reuters. Um alerta que ilustra as projeções do Ministério da Saúde, de que o país entrará num pico de contaminações e mortes nas próximas três semanas.
Há mais mortes do que o esperado, por uma pandemia que execra o mundo todo, e pela qual muitos não podem nem se despedir direito de parceiros, pais, tios, amigos, vivendo a pior dor de suas vidas, sem uma pausa para o ritual do luto. Caixões estão chegando fechados aos cemitérios, para evitar que familiares corram o risco de se contaminarem. O vírus fica no corpo mais 72 horas depois do óbito. Outros países viram crescer os casos de contágios em velórios, o que fez o mundo delimitar a cerimônia fúnebre ao enterro acompanhado por poucas pessoas.
Esta é a foto que marca o momento grave que o Brasil está vivendo, embora ainda exista uma parcela da população que duvida. Decidimos publicá-la como um alerta de algo que o país pode, se não evitar, atenuar. Se muitos de nós viveremos cenas assim, há uma chance de reduzir a catástrofe pensando no coletivo. O vírus é agressivo, facilmente transmissível, e se chega aos pulmões, pode matar em poucos dias por insuficiência respiratória ou cardiopatia, principalmente os idosos com doenças prévias. Mas pessoas de outras faixas etárias também se contaminam e podem precisar de hospitalização numa hora tão nefasta. Evitar sair de casa neste instante é fundamental. Como disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é a "arma que gente tem” para ajudar a preservar a própria saúde e ao mesmo tempo preservar a vida de outros. Inclusive a dos médicos, enfermeiros e profissionais de saúde em geral que estão colocando em risco a própria existência para dar conta de tantos enfermos ao mesmo tempo. Solidariedade. Podemos viver essa dor com empatia pelo coletivo e aprender com ela, para que a humanidade não precise passar por isso novamente.