Brasil

Vacina produzida pelo Butantan pode ser aprovada em novembro, diz Doria

Em entrevista para a CNN nesta sexta-feira (17), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a vacina feita pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan pode ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária

17/07/2020
Em entrevista para a CNN nesta sexta-feira (17), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a vacina feita pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan pode ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda em novembro, caso a terceira e última fase de testes ocorra como o esperado. "Estamos desenvolvendo a terceira fase de testes da vacina da Sinovac com o Instituto Butantan com 9 mil voluntários - todos médicos e paramédicos - de seis estados. O medicamento foi elogiado nesta sexta-feira (17) pela OMS como uma vacina qualificada e bem avançada para a imunização da população. Se os resultados forem bons e sem efeitos colaterais, a vacina poderá ser aprovada no início de novembro para ser fabricada em larga escala no Brasil", disse o governador paulista. Doria também lembrou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também está na terceira fase do desenvolvimento de uma vacina em conjunto com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, e que isso coloca o Brasil como o único país do hemisfério sul a estar na terceira fase de desenvolvimento de duas vacinas contra o novo coronavírus. Questionado sobre a condução do Ministério da Saúde à luz dos comentários de Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o envolvimento do Exército na pasta, Doria elogiou a atuação do atual responsável pela pasta, o general Eduardo Pazuello. "Tenho que ser justo. Pazuello tem sido bastante correto com a maioria dos governos estaduais. Ele tem atendido as demandas e solicitações dos estados, além de praticar encontros virtuais com a maioria dos secretários estaduais de saúde. Em São Paulo, foi extremamente correto conosco", disse. Doria também falou sobre a mudança de tom no governo, e atribuiu isso em parte ao período de quarentena do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que está com Covid-19. Doria desejou pronta recuperação ao presidente e disse esperar que o período faça com que Bolsonaro "faça uma reflexão" e entenda que no momento o "país precisa de paz". Réveillon cancelado O governador também falou sobre o cancelamento do réveillon na Avenida Paulista, a principal festa de ano novo da capital de São Paulo, decisão que para Doria foi acertada não só por motivos sanitários, mas também humanistas. “Quem em sã consciência promoveria um evento com mais de 2 milhões de pessoas nas ruas? Não há condições sanitárias e de bom senso para fazer celebrações em um momento desses. Se não por questão sanitária, o cancelamento ocorreu por questão humanitária. O que vai garantir eventos dessa grandeza é a vacina, então apoiei a decisão do prefeito Bruno Covas de cancelar a celebração.” PSDB O partido do governador foi alvo nos últimos dias de investigações por parte da Lava Jato que miraram duas das mais proeminentes figuras do partido, o senador José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin. Doria disse acreditar na idoneidade de Alckmin, que segundo o governador "tem vida modesta, com hábitos e patrimônios simples." Sobre a corrida para a prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano, Doria disse que “não gosta de muros” e afirmou seu apoio ao atual prefeito Bruno Covas -- que foi seu vice-prefeito entre 2017 e 2018. “Nas eleições municipais, estou apoiando Bruno Covas para a reeleição, convencido que ele será reeleito. Ele é jovem, dedicado, honesto e agora experiente na gestão pública.”