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Chuva deixa 12 mortos no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, com enchentes e deslizamentos

Há 8 mortos no RJ, e risco é maior na Região Serrana. No sul do Espírito Santo, enchentes tomaram as ruas de Mimoso do Sul. Quatro pessoas morreram lá

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 23/03/2024
Chuva deixa 12 mortos no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, com enchentes e deslizamentos
Uma menina de quatro anos foi resgatada viva após 15 horas sob os escombros | TV GLOBO

As chuvas intensas que atingem a região Sudeste desde sexta-feira (22) causaram oito mortes no Rio de Janeiro e quatro no Espírito Santo.

O cenário mais crítico é em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, onde choveu mais de 340 mm desde sexta. É um volume muito grande em pouco tempo. A média na cidade para todo o mês de março é de 250 mm.

A chuva concentrada deixa o solo instável e provoca deslizamentos. A Defesa Civil informou a ocorrência de 238 deslizamentos na cidade.

Um deles destruiu a casa de uma família e deixou quatro mortos. Uma menina de quatro anos foi resgatada viva após 15 horas sob os escombros. Ayla perdeu os pais, o irmão e a avó. O resgate emocionou os bombeiros e moradores. A menina está fora de perigo.

Ela estava abraçada ao pai, que foi retirado sem vida. Douglas José de Souza tinha 24 anos. Ele usou o corpo como escudo para protegê-la.

Resgatada dos escombros, Ayla perdeu mãe, pai, irmão e avó — Foto: Reprodução; Arquivo pessoal

Resgatada dos escombros, Ayla perdeu mãe, pai, irmão e avó — Foto: Reprodução; Arquivo pessoal

Mais mortes no RJ

Em Teresópolis, uma criança de 8 anos e um adolescente de 14 morreram após três casas caírem numa. Em Arraial do Cabo, um homem morreu atingido por um raio. Em Duque de Caxias, um motorista morreu depois que o caminhão que ele dirigia capotou na pista molhada e caiu em um córrego.

A chuva é causada por uma frente fria que chegou da região Sul e pôs fim à onda de calor que atuou na região na semana passada. Agora, essa frente fria está estacionada entre o norte do RJ e o sul do ES.

A chuva deve continuar neste domingo (24). Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ainda há risco alto de enchentes, enxurradas e deslizamentos.

Os municípios mais suscetíveis a deslizamentos são Petrópolis e Teresópolis, no RJ, e Bom Jesus do Norte, no Espírito Santo. Na cidade do Rio, pode chover a qualquer hora do dia.

O gráfico abaixo mostra a previsão de deslocamento de áreas de chuva nas próximas horas.

Espírito Santo

Quatro pessoas morrem após chuvas em Mimoso do Sul, no ES

No Espírito Santo, a chuva causou enchentes na cidade de Mimoso do Sul. Há quatro mortos e sete desaparecidos, segundo a Defesa Civil.

Em algumas casas, a água chegou ao segundo andar. Moradores foram para o telhado para escapar da enchente. Os bombeiros vão passar o fim de semana trabalhando para retirar moradores que estão em regiões isoladas.

O governador Renato Casagrande disse que a situação é caótica na cidade. "Tem muita gente ainda no terraço das casas, no segundo andar, que ainda não conseguiram sair, estão sem alimentação, sem água. Então, fazer chegar alimentação e água para essas pessoas onde elas estão."

Ao todo, 1.200 pessoas estão desalojadas no estado (mil em Mimoso e 200 em Guaçuí). Treze cidades estão em emergência.

Em nove municípios, o volume de chuva passou de 100 milímetros em 24 horas. Em Bom Jesus do Norte, chegou a 302 milímetros. Em Mimoso do Sul, foi de 231,8 milímetros.

O vídeo abaixo mostra que um caminhão do Corpo de Bombeiros foi levado pela enxurrada. Ninguém se feriu.

No Rio de Janeiro, entre sexta e a tarde de sábado, choveu 258 mm em Petrópolis, 200 mm em Teresópolis, 246 mm em Campos dos Goytacazes, 168 mm em Friburgo e 134 mm em Magé.

Chuva deixa 8 mortos no Rio de Janeiro

Para as próximas horas, há alerta para risco de alagamentos nas seguintes cidades do RJ:

  • Bom Jesus do Itabapoana;
  • Campos;
  • Magé;
  • Nova Friburgo;
  • Petrópolis;
  • Teresópolis;
  • Rio de Janeiro (capital).

Há risco de deslizamentos em Bom Jesus do Itabapoana, Campos, Magé, Petrópolis e Teresópolis.

Região Serrana do RJ

O meteorologista Cesar Soares explicou que a cidade de Petrópolis registrou um acumulado de 320 milímetros de chuva entre a tarde de sexta e a manhã de sábado. Esse volume supera a média para todo o mês de março, que é de 250 mm.

O risco em Petrópolis e Teresópolis segue muito alto para deslizamentos de terra. Qualquer chuva vai se somar ao que a chuva já provocou, de acordo com Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do governo federal.

"Houve muita chuva em um curto período de tempo acaba acarretando nesses grandes problemas", diz Cesar Soares.

Desde quinta (21), a Defesa Civil de Petrópolis contabilizou 366 registros de ocorrências, sendo 238 deslizamentos.

Orientações para a população

▶️ Inmet e Cemaden deram algumas orientações prioritárias para a população das áreas que serão atingidas pelas tempestades:

  • Evitar deslocamentos desnecessários;
  • Ficar atento a alertas da defesa civil nas redes sociais e na internet;
  • Pelo Whatsapp (61) 2034-4611, é possível receber os alertas, além de orientações sobre o que fazer em casos de desastres;
  • Alertas pelo Telegram: @defesacivilbrbot.