Cotidiano
Veja Fotos: Índios do Xingu em MT decidem ficar em quarentena como prevenção ao coronavírus
23/03/2020
ONG´s se mobilizam
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Operação Amazônia Nativa (Opan) anunciaram que suspenderam todas as atividades externas nas aldeias do Mato Grosso para evitar o contato direto com os indígenas. “Essa doença pode ser uma arraso para os indígenas. Porque se essa epidemia sai do controle e chega até as aldeias, não há estrutura de saúde para isso. Por isso cancelamos todos as nossas agendas”, ressaltou o coordenador executivo da Opan, Ivar Busatto. Ele ressaltou que a vulnerabilidade dos indígenas é muito grande grande, devido à falta de imunidade. No entanto, ponderou, os indígenas têm um trunfo, que é ficar dentro das aldeias. “Se eles não saírem não tem contágio. Está na mão deles um controle maior da doença”. O coordenador da Opan também produziu vídeo alertando os indígenas de Mato Grosso sobre os riscos que uma epidemia poderia provocar nas aldeias, assim como aconteceu em situações anteriores envolvendo doenças como o sarampo e a tuberculose. Em Mato Grosso, a Opan realiza trabalhos com as etnias Xavante, na Terra indígena Marãiwatsédé, no extremo Nordeste do estado; os Pareci e os Nhambiquara, no município de Sapezal, ao Sudeste de Mato Grosso; os Manoki e os Rikbaktsa, na região de Juruena, ao Noroeste do estado; e os Myky, na região noroeste do MT. Além de suspender as entradas de equipes nas aldeias, o coordenador do Cimi no Mato Grosso, Gilberto Vieira dos Santos, destacou que a organização está em contato direto com profissionais de saúde local e as lideranças indígenas para monitorar possíveis casos da doença Covid-19. Ele comentou que o combate a notícias falsas (fake news) deve ser constante. Ainda segundo ele, recentemente, surgiram boatos de um indígena infectado em uma das aldeias em que o Cimi atua. “Rapidamente, entramos em contato com os indígenas no local e verificamos que a informação não procedia”. Gilberto disse que o Cimi, normalmente, tem entrado em contato com os indígenas através de meios virtuais. E as orientações têm sido expressas para que eles não se desloquem às cidades e evitem a entrada de não indígenas nas aldeias. A falta de estrutura de saúde também preocupa o indigenista, já que as políticas públicas de assistência social aos indígenas ficaram ainda mais precárias no governo Bolsonaro. “O que a gente percebe é um aprofundamento no processo de desestruturação no atendimento de saúde aos povos indígenas, principalmente com o orçamento federal para área que não vem sendo executado”, disse. Gilberto Vieira dos Santos enfatizou que, atualmente, já faltam insumos e medicamentos nas aldeias, como remédios para febre e xarope para tosse. “Se já temos dificuldades no atendimento paliativo, haverá uma grande carência em casos emergências”, alertou. No Mato Grosso, o Cimi atua em trabalhos sociais com os Xavante, Myky e os Enawenê-Nawê, todos na região noroeste do estado.Saiba como são os sintomas do coronavírus
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a contaminação pelo Covid-19 se espalha de maneira semelhante à gripe, pelo ar após a tosse, coriza e a liberação de gotículas de quem está infectado. Os sintomas são: febre, tosse, coriza e dificuldade para respirar. Procurar uma unidade de saúde é a primeira atitude a tomar neste caso. O quadro da pessoa infectada com o coronavírus pode se agravar para uma pneumonia, o que exige a internação do paciente. Pessoas com mais de 50 anos de idade estão mais vulneráveis, principalmente os idosos. Quem está com o sistema imunológico debilitado e possui doenças crônicas, como as cardiovasculares, diabetes ou infecções pulmonares também pode adoecer gravemente. Medidas como fazer uma quarentena voluntária em casa tem sido a melhor forma de combater a disseminação da doença no mundo.Mais lidas
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