Cultura
As lendas das ocupações sobre a amazônica mato-grossense trazem curiosidades e indagações das rotas e trilhas principais através das populações nativas e que ajudaram a penetrar no interior do Brasil e a efetiva participação do exército brasileiro, através de trabalhadores civis e militares do 9º Batalhão de Engenharia e Construções, o 9º BEC.
É certo que ao longo de décadas(60 e 70) e nos anos seguintes, o trabalho feito pelo 9º BEC para abrir estradas e, principalmente, construir pontes, abriu caminhos no interior mato-grossense, pavimentando, ampliando e, às vezes, alterando o curso do caminho.
Essa história fantástica é contada em livro publicado pelo historiador cuiabano, Edson Ribeiro, que lançou recentemente o livro “Pontes na Amazonia do Brasil”. “Os primeiros registros mostram que foram os trabalhadores civis e militares do 9º BEC, incialmente comandado pelo coronel Paranhos, que iniciaram a abertura das BRs-163 e 364 e historicamente a ocupação da amazônica legal mato-grossenses, antes dos colonizadores da região sul do Brasil”, disse o historiador.
Para iniciar a pesquisa, ele disse que conheceu os vestígios das primeiras trilhas, das estradas e principalmente nas construções de pontes. “As construções de pontes foram as pontas-de-lança da integração dos governos federal, sob o presidentes militares: Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. E na esfera estadual tivemos o protagonismo do ex-governador Júlio Campos”, disse Ribeiro.
É fácil compreender por que essas construções continentais cativam a imaginação das pessoas com tanta facilidade — uma fascinação que vem desde o primeiro trabalho efetivo do 9º BEC, por toda as suas extensões: BRS-364 e 163.
O livro apresenta os resultados de pesquisa que promoveu um raro encontro entre três campos historiográficos.
Combinou sólida abordagem em História Regional com a ênfase na História dos Transportes a infraestrutura viária sob a intervenção do Governo Federal com a percuciente incursão da História Oral, contada pelos um de seus protagonistas: o mestre de obras, Antônio Oliveira Ribeiro.
O estudo representa contribuição à compreensão do período de transição de estrutura viária pré-moderna. “A epopeia do novo eldorado, levaram militares e civis do 9º BEC a enfrentar desafios de entregar a própria vida para a integração da nação. Febres: amarela, tifo, malária, acidentes, embates com índios, viagens por dias e noites para chegar às vias e construir pontes provisórias para que a máquina pudesse passar e abrir as estradas”, afirmou o historiador.
A documentação de obras da engenharia foi uma prática comum desde o início da história das construções das pontes e podem ser vistas no livro do historiador Edson Ribeiro.
As pontes, um dos símbolos do 9º BEC foram bastante fotografadas, na epoca.
Portanto, a riqueza de Mato Grosso, principalmente no agronegócio deve-se, inicialmente a esses homens que construíram o futuro para humanidade.