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Curso ensina servidores da Câmara de Cuiabá identificarem sinais de violência doméstica

ALISSON OLIVEIRA/ DA REDAÇÃO/COM SECOM CUIABÁ 05/09/2023
Curso ensina servidores da Câmara de Cuiabá identificarem sinais de violência doméstica
Reprodução | SECOM CUIABÁ

Identificar os sinais de que uma mulher é vítima de violência doméstica e ensinar os homens sobre as mais diversas formas de violência contra a mulher é o cerne do curso promovido pela Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá aos servidores da casa, que será realizado de 04 a 06 de setembro, das 13h às 17h, no auditório Ana Maria do Couto (Plenarinho). 

Na abertura do evento, o presidente da Câmara, Chico 2000 (PL), destacou a importância de promover o curso sobre o enfrentamento as diferentes formas de violência contra a mulher, especialmente, com foco nos homens. 

“Ouvimos diversas autoridades sobre o assunto e nos convenceu de que nós, homens, não sabemos muito sobre o tema e precisamos nos inteirar. Fazendo a autocrítica, eu não conheço o tema e me propus a auxiliar a organizar o curso e tivemos ajuda das vereadoras Maysa e Michelly. Esperamos que todos tenham proveito em relação ao tema e façam uso que aprenderam”, disse o presidente.

Para a vereadora Maysa Leão (Republicanos), o tema é muito importante e o vereador Chico 2000 foi muito feliz em tomar essa iniciativa, após a audiência pública sobre o Agosto Lilás, de trazer para os homens para dentro desse combate à violência. 

“Muitas vezes a gente fala de violência contra mulheres numa bolha. Uma bolha onde tem defensoras, juízas, pessoas atuantes parlamentares, mulheres, onde a gente tem pessoas que já são atuantes da causa. Mas é importante dizer o que é violência. Muitas mulheres que sofrem violência não sabem que é violência. Muitos homens praticam violência e não sabem que estão praticando violência. A Câmara dos Vereadores abre o precedente histórico de convocar os homens para fazer esse curso, para fazer parte desse movimento”, disse a vereadora, que agradeceu mais uma vez Chico 2000 pela sensibilidade diante de tantos casos de feminicídio em Mato Grosso.

O primeiro dia do evento teve o professor e advogado Jonatas Peixoto que palestrou sobre “Abordagem legal das Leis de proteção a mulher”. A secretária adjunta municipal da Mulher, Elis Prates, falou sobre o Ciclo da Violência e a 1ª tenente PM Denise encerrou o evento falando sobre a Patrulha Maria da Penha. 

Jonatas abordou ainda sobre a lei recém-criada pela Câmara de Cuiabá, de autoria do presidente da Casa, que dá celeridade nos processos administrativos que envolvam mulheres vítimas da violência.

“Essa lei obedece aos parâmetros da lei de violência doméstica, que é dar uma assistência e celeridade para a mulher vítima de violência doméstica. A violência doméstica precisa ser combatida, mas também essa mulher precisa de uma assistência. É um amparo a essa mulher. Ao sair de casa, ela perde sua estrutura familiar, a estrutura patrimonial, o seu lar e ela tem que reestruturar. Essa celeridade dos processos administrativos vai facilitar essa vida dessa pessoa, uma assistência melhor”. 

A secretária adjunta da Mulher, Elis Prates, destacou que ao falar sobre o ciclo da violência é importante porque muitas vezes as pessoas estão vivendo uma relação dentro do ciclo da violência sem perceber que o que elas vivem no dia a dia, aquela pressão no relacionamento, já é um indício de violência doméstica. 

“Quando a gente faz uma palestra como essa, a gente está abrindo os horizontes para que homens e mulheres possam refletir sobre seus relacionamentos e trazê-los para algum relacionamento mais saudável”. 

A 1º tenente PM Denise, da Patrulha Maria da Penha, ressaltou que a violência doméstica está presente em todos os locais, nos órgãos públicos, tanto no municipal, estadual, federal e em todas as áreas. Por isso, é de suma importância em saber que a violência doméstica é um crime, como ela funciona e saber como fazer o enfrentamento correto desse tipo de crime. 

“É de extrema importância para que os servidores entendam e reconheçam se há esses casos dentro das suas próprias casas, tendo ali o seu convívio familiar, com a vizinhança, dentro do seu ambiente de trabalho, e também poder auxiliar demais pessoas que possam buscar essa Casa de Leis”.