Economia e Negócios

Trump diz que China está "nos matando com acordos comerciais injustos"

07/08/2019
A guerra comercial entre EUA e China se intensificou acentuadamente nos últimos dias depois que os EUA rotulou a China como manipuladora cambial pela primeira vez desde 1994, e disse que vai impor tarifas de 10% sobre os 300 bilhões de dólares restantes das importações chinesas, a partir de 1º de setembro. Os movimentos afetaram os mercados financeiros e alimentaram preocupações sobre uma recessão global. Os rendimentos dos Treasuries caíram nesta quarta-feira, com as notas de 30 anos se aproximando das mínimas recordes, diante de temores crescentes de uma desaceleração global e apostas de que o Federal Reserve terá que reduzir ainda mais os juros para conter os crescentes riscos de recessão. Trump disse a repórteres na Casa Branca que a reação do mercado era esperada, mas permaneceu confiante na força da economia norte-americana. "Em última análise, vai subir muito mais do que nunca, porque a China era como uma âncora para nós. A China estava nos matando com acordo comerciais injustos", disse ele. Autoridades da Casa Branca dizem que ainda esperam que os negociadores chineses viajem a Washington em setembro para negociações, e que as tarifas anunciadas recentemente ainda possam ser evitadas se as duas maiores economias do mundo avançarem em um acordo comercial. Mas as esperanças de um acordo estão diminuindo. O Goldman Sachs disse na terça-feira que não espera mais que os EUA e a China cheguem a um acordo antes da eleição presidencial de novembro de 2020, dada a "linha mais dura" que está sendo utilizada por ambos os lados. Os mercados financeiros se acalmaram um pouco em meio a sinais de que a China não vai permitir que o iuan se desvalorize muito mais, depois de deixar que a moeda recuasse abaixo de 7 por dólar pela primeira vez em mais de uma década. Mas a China ainda tem algumas cartas na manga. A associação de terras raras da China disse nesta quarta-feira que vai apoiar contramedidas na crescente disputa comercial com os Estados Unidos e acusou Washington de usar o "comportamento de intimidar o comércio" para reprimir o desenvolvimento da China. A Associação da Indústria de Terras Raras da China emitiu comunicado depois de uma reunião especial de trabalho na segunda-feira para discutir a "orientação" dada pelo presidente chinês, Xi Jinping, durante sua visita a uma instalação de terras raras em Jiangxi em maio. A visita de Xi alimentou temores de que a China usará seu domínio sobre a produção de terras raras, um grupo de 17 elementos químicos valorizados por seu uso em equipamentos eletrônicos e militares, como arma na intensificação da guerra comercial, embora nenhuma restrição de oferta tenha sido anunciada até agora.