Economia e Negócios
ONU alerta para possível calote do Brasil e de outros países em desenvolvimento
Para secretário-geral da ONU, com a pandemia da Covid-19, países menos desenvolvidos apresentam risco de não pagarem suas dívidas
29/03/2021
Como resolver o problema
Para Guterres, algumas ações podem ser tomadas para evitar que os países se endividem ainda mais e causem um rombo no Fundo Monetário Internacional (FMI). A primeira delas é o alívio da dívida. Nesse item, o secretário-geral salienta a necessidade de se fazer novos empréstimos, o que "pode levar à melhoria da qualidade de crédito" ao "financiar investimentos produtivos", o que "pode liberar recursos, criar condições sob as quais os países podem retornar ao acesso voluntário ao mercado e reduzir custos totais de empréstimos, com impactos positivos em toda a economia". Outra proposta feita por Guterres é uma assistência maior oferecida para países menores e em desenvolvimento. Segundo ele, é necessário que os governos forneçam novos financiamentos para que as nações consigam recapitalizar seus bancos multilaterais de desenvolvimento e acelerar o cronograma para reabastecimento dos fundos, além de cumprir os compromissos de assistência oficial ao desenvolvimento (ODA, na sigla em inglês). O objetivo é, também, fornecer financiamento para países em desenvolvimento para investimento em longo prazo. O secretário também pede que o G20 estenda a Iniciativa de Suspensão da Dívida do Banco Mundial (DSSI, na sigla em inglês) para o final de junho de 2022 e inclua países de renda média, gravemente afetados pela crise. Além disso, ele solicita que os países de renda mais alta façam investimentos mais robustos no FMI via Sales Development Representative (SDR), o que pode evitar maiores problemas nos próximos anos, segundo Guterres. "Estou encorajado ao ver que nossa insistência na necessidade de uma nova alocação de Direitos Especiais de Saque pelo FMI, e a realocação de DES não utilizados para apoiar países vulneráveis, incluindo os de renda média, está agora ganhando aceitação generalizada. Vamos garantir que isso aconteça — e que seja gerido de forma adequada para o benefício do mundo em desenvolvimento", disse ele.Mais lidas
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