Economia e Negócios

Escalada da ômicron: quais os riscos para a economia?

Economistas alertam que aumento de casos pode afetar as cadeias de produção global, resultando em mais inflação e menor crescimento econômico

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 16/01/2022

O crescimento de casos de Covid provocado pela variante ômicron pode se tornar mais um entrave para a atividade econômica global e, consequentemente, para o Brasil.

Os analistas ainda têm dificuldade para mensurar o tamanho do impacto econômico dessa nova onda de casos, mas alertam que ela pode se refletir em mais inflação no mundo e trazer algum prejuízo para a indústria e o setor de serviços, o principal da economia.

A maior preocupação envolvendo a ômicron está relacionada com a facilidade que ela tem se espalhar rapidamente entre a população e afetar as cadeias de produção global. Um cenário já conhecido na fase mais crítica da pandemia. Com o aumento de casos da doença, as linhas de produção foram interrompidas e reduzidas, pressionando os custos em todo o mundo.

Por ora, no entanto, não se espera uma piora significativa da atividade econômica dado que são setores pontuais que têm sofrido mais com os desdobramentos da doença e não há no radar ondas de fechamentos da economia como em outros momentos da doença.

O que colabora para a manutenção das previsões é o fato de a ômicron ter se mostrado menos letal do que outras variantes, diante da ampla vacinação.

Os impactos inflacionários no mundo

No ano passado, com a interrupção das cadeias e produção e disparada dos preços das commodities, a inflação se tornou um problema global, embora a economia brasileira também tenha sofrido por questões locais.

No Brasil, o quadro inflacionário foi turbinado pela desvalorização do real em relação ao dólar, resultado das incertezas fiscais e políticas que afetam o país.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os preços ao consumidor subiram 7% em 2021, maior avanço anual em 39 anos.

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 10,06%, na maior alta desde 2015. O resultado ficou bem acima do teto da meta do governo, que era de 5,25%.

Na projeção dele, o IPCA deve encerrar este ano em 5,5%, mas a piora da situação sanitária coloca um viés de alta nessa previsão.