Trinta e cinco anos depois de sua morte, o bispo salesiano, Dom Antônio Campelo de Aragão – que viveu em Cuiabá entre 1950 a 1956 – e foi conhecido pela benevolência com os mais pobres, pelas obras socias e pela criação de colégios e congregações religiosas como as mensageiras de Santa Maria e Irmãs Medianeiras da Paz deve ser beatificado pela igreja católica nos próximos meses.

Um inquérito foi aberto pela igreja católica, sob a coordenação da arquidiocese de Petrolina, interior de Pernambuco(2.449,1 KM de Cuiabá), onde Dom Campelo foi o 4º bispo daquela cidade e morreu em 10 de setembro de 1988 com fama de santidade.

O processo de beatificação do líder religioso teve a aprovação do Vaticano que autorizou os estudos e a investigação.

A ele são atribuídas curas, o que fez com que uma centena de fiéis passasse a pedir sua beatificação, que é uma das etapas de reconhecimento da Igreja Católica em relação à santidade de uma pessoa e que é chamado servo de Deus.

Dom Antônio era salesiano e foi bispo auxiliar do cuiabano Dom Francisco de Aquino Corrêa, por seis anos, em Cuiabá, entre 1950 a 1956.

Antes dele, nenhuma outra pessoa que vivera em solo mato-grossense foi beatificada e/ou canonizada.

Nascido em Garanhus, interior de Pernambuco (3.082 KM de Cuiabá), Dom Antônio ficou órfão de pai aos 10 anos e de mãe aos 13 anos de idade.

Aos 16 anos, foi estudar no Colégio São Joaquim dos Salesianos, no interior de Pernambuco, fez o noviciado em 1927 e concluiu seus estudos filosóficos, em Jaboatão do Guararapes, no ano de 1930. 

Em 1933, foi enviado pela congregação a Turim, Itália, onde deu entrada no Instituto Internacional Dom Bosco. Foi ordenado padre em 5 de Julho de 1936, na Basílica de Maria Auxiliadora, na cidade de Turim. De volta ao Brasil, foi professor do Colégio Salesiano de Salvador, onde permaneceu até 1938. Depois, tornou-se diretor do Colégio Padre Inácio Rolim, em Cajazeiras. 

Em 1943 passa a dirigir o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora em Aracaju, Sergipe, onde ficou até 1945, quando foi transferido para o Colégio Salesiano de Fortalezae tornou-se pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, onde construiu as Escolas Profissionais Dom Bosco, ofício que exerceu até sua nomeação episcopal.

Foi nomeado pelo Papa Pio XII como bispo-auxiliar de Cuiabá em 15 de junho de 1950. Em 18 de dezembro de 1956, foi nomeado como bispo de Petrolina.

Em Cuiabá, Dom Antônio construiu o antigo colégio DASA(Departamento de Ação Social Arquidiocesana), clube de mães, igrejas, obras sociais, fundou movimentos e associações e apoiou a juventude e os organismos operários.

Segundo o padre Felisberto Samoel da Cruz, o bispo fez uma das mais brilhanes obras sociais e foi um auxiliar mais prócere no trabalho episcopal com Dom Aquino Corrês. "Ele foi um bispo muito importante para Cuiabá e para Petrolina com sua dedicação, principalmente, nas obras sociais".

O historiador e religioso, Odenil Sebba, também destaca a importância de Dom Antônio para Cuiabá em um período em que Dom Aquino mais precisou, "ele(Dom Antônio) ajudou muito Dom Aquino quando ele estava doente e realizou inúmeras obras sociais e religiosas", disse o historiador.

Dom Antônio viveu por 18 anos em Petrolina e também viveu em Salvador, Bahia, onde também realizou trabalhos socias, de evangelização e de animação vocacional.

Morreu na cidade de Araripina, interior de Pernambuco e está sepultado na Igreja Catedral de Petrolina, também no estado Pernambucano.

Caso o Vaticano aprove a beatificação, Dom Antônio Campelo deve ser tornar o 55º beato que viveu no Brasil escolhido pela igreja católica.

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