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As autoridades italianas registraram 627 mortes causadas pelo novo coronavírus em um único dia, provocando um aumento recorde de 18,4% no total de casos do país, que tem 4.032 vítimas fatais. Na quinta-feira, a Itália ultrapassou a China em número de mortos infectados pelo COVID-19.
O país europeu contabiliza um total de 47.021 infectados pela doença que atinge o sistema respiratório — 14,6% a mais do que o dia anterior, 41.035. A China teve, ao todo, 81.250 pacientes infectados e 3.133 mortes causadas pelo vírus. Para tentar conter o avanço da doença, o governo italiano restringiu de forma dura a circulação de pessoas, que estão impedidas de sair de casa.
De acordo com a Reuters, o Instituto Nacional de Saúde da Itália publicou uma anáise que mostra que a média de idade dos que morreram é de 78,5 anos. Cerca de 41% de todos os que morreram tinham entre 80 e 89 anos. A faixa etária entre 70 e 79 anos representa mais 35% dos óbitos.
A Itália tem uma das populações mais velhas do mundo — depois do Japão — com cerca de 23% das pessoas acima dos 65 anos. Especialistas em medicina dizem que esses dados demográficos podem explicar uma quantidade de mortos no país maior que em qualquer outro lugar.
O relatório da ISS, baseado em uma pesquisa com 3.200 mortos, disse que os homens representam 70,6% das mortes e as mulheres 29,4%. A idade média para as mulheres que morreram foi de 82 contra 79 para os homens. Dos casos analisados, apenas nove tinham menos de 40 anos, todas, exceto uma delas homens.
Ainda de acordo com o estudo do instituto, uma análise mais profunda de 481 casos fatais mostrou que quase 99% das vítimas tinham uma ou mais condições médicas antes da infecção pelo vírus. Cerca de 48,6% apresentavam três ou mais patologias anteriores.
Ao serem internadas no hospital, 76% das vítimas apresentavam febre, 73% apresentavam dificuldades respiratórias, 40% tosse e 8% diarréia. O tempo médio entre o início dos primeiros sintomas e a morte foi de oito dias, sendo que o tempo médio da internação foi de quatro dias.