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Zelensky demite chefe militar da Ucrânia em maior mudança desde a guerra

O general Valerii Zaluzhnyi e o presidente ucraniano tiveram a relação abalada após impasses

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 08/02/2024
Zelensky demite chefe militar da Ucrânia em maior mudança desde a guerra
Zelenskiy e Zaluzhnyi em Kiev | Divulgação via REUTERS

O presidente Volodymyr Zelensky anunciou a demissão do principal comandante da Ucrânia, o general Valerii Zaluzhnyi, na maior mudança militar desde o início da invasão da Rússia, há quase dois anos.

O movimento do presidente segue as tensões entre Zelensky e seu extremamente popular chefe militar após o fracasso da contraofensiva da Ucrânia.

E, com o país enfrentando um novo ataque russo, falta de mão de obra e munição, e a ajuda dos EUA parou no Congresso.

Em um telegrama enviado pouco antes do anúncio formal, Zelensky disse que realizou uma reunião com Zaluzhnyi e “discutiu que tipo de renovação as Forças Armadas da Ucrânia precisam.”

“O tempo para tal renovação é agora”, escreveu Zelensky.

O substituto de Zaluzhnyi será Oleksandr Syrskyi, que desde 2019 serviu como comandante das Forças Terrestres da Ucrânia.

Zaluzhnyi escreveu em seu canal Telegram na quinta-feira (8) que “as tarefas de 2022 são diferentes das de 2024”.

“Portanto, todos devem mudar e se adaptar às novas realidades também. [Nós] acabamos de nos encontrar com o Comandante Supremo. Foi uma conversa importante e séria. Foi decidido que precisamos mudar nossas abordagens e estratégia”, finaliza.

As diferenças entre os dois estavam fervendo há muitos meses, mas parecia crescer mais no final do ano passado, depois que Zaluzhnyi disse que a guerra havia chegado a um impasse em uma entrevista a revista The Economist em novembro.

Escrevendo depois que a contraofensiva da Ucrânia foi rejeitada principalmente por defesas russas fortificadas, ele alertou que um grande salto tecnológico “provavelmente não haverá nenhum avanço profundo e bonito”, mas em vez disso um equilíbrio de perdas devastadoras e destruição.

Suas observações atraíram críticas imediatas do escritório de Zelensky, que disse que tal comentário sobre a guerra só beneficiou a Rússia.