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EUA apresentam resolução no Conselho de Segurança da ONU para 'cessar-fogo imediato' em Gaza

Segundo o secretário de Estado Antony Blinken, proposta está diretamente ligada à libertação de reféns sob poder do Hamas. EUA vetaram resoluções anteriores apresentadas por outros países

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 21/03/2024
EUA apresentam resolução no Conselho de Segurança da ONU para 'cessar-fogo imediato' em Gaza
Antony Blinken durante depoimento no Senado dos EUA, em 31 de outubro de 2023 | Kevin Lamarque/Reuters

Os Estados Unidos apresentaram uma proposta de resolução no Conselho de Segurança da ONU pedindo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. A afirmação foi feita pelo secretário de Estado Antony Blinken, durante uma entrevista na Arábia Saudita.

Segundo Blinken, a possibilidade de cessar-fogo imediato está ligada à liberação de reféns que estão sob poder do grupo terrorista Hamas.

"Esperamos sinceramente que os países apoiem isso. Penso que isso enviaria uma mensagem forte, um sinal forte. Mas, claro, apoiamos Israel e o seu direito de se defender", afirmou durante a entrevista.

O secretário afirmou ainda que os Estados Unidos estão trabalhando em conjunto com Egito e o Catar para que haja um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, com a libertação de reféns.

Blinken está visitando a Arábia Saudita para discutir a guerra entre Israel e o Hamas. Outros detalhes sobre a resolução apresentada pelos Estados Unidos não foram divulgados.

A intenção de os Estados Unidos apresentarem uma resolução no Conselho de Segurança na ONU propondo a interrupção do conflito no território palestino começou a ser ventilada em fevereiro.

Aliados de Israel, os EUA vetaram resoluções anteriores apresentadas por outros países sobre o conflito. Um dos textos vetados foi apresentado pelo Brasil, em outubro de 2023.

Nas últimas semanas, o governo norte-americano vem mudando o tom em relação ao conflito. O presidente Joe Biden tem demonstrado preocupação com o grande número de civis mortos no território palestino.

No início de março, durante uma entrevista, Biden chegou a dizer que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está "prejudicando mais do que ajudando" Israel com a postura na Faixa de Gaza.

"Ele tem o direito de defender Israel, o direito de continuar perseguindo o Hamas, mas ele precisa prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas", disse.

Os Estados Unidos também veem como arriscada uma possível operação de Israel na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de palestinos estão alojados.

Já na terça-feira (19), Netanyahu rejeitou um pedido de Biden para cancelar os planos de um ataque terrestre em Rafah.

O premiê afirmou que deixou claro ao presidente dos Estados Unidos que está determinado a concluir a eliminação de batalhões do Hamas na região. Por outro lado, o governo norte-americano vem afirmando que um ataque terrestre em Rafah seria um erro.

Antony Blinken durante depoimento no Senado dos EUA, em 31 de outubro de 2023 — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Antony Blinken durante depoimento no Senado dos EUA, em 31 de outubro de 2023 — Foto: Kevin Lamarque/Reuters