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Rússia lança maior ofensiva de drones contra Ucrânia em quase três anos de guerra
Desses, 138 foram interceptados pela defesa aérea, enquanto 119 desapareceram dos radares após serem bloqueados e não causaram danos

A Rússia lançou o seu maior ataque único com drones contra Ucrânia na noite de sábado (22/2), segundo informações das autoridades ucranianas.
Yuriy Ignat, porta-voz do Comando da Força Aérea da Ucrânia, afirmou neste domingo (23/2) que um "recorde" de 267 drones russos foram lançados em um único ataque coordenado.
Desses, 138 foram interceptados pela defesa aérea, enquanto 119 desapareceram dos radares após serem bloqueados e não causaram danos.
Não está claro quantas pessoas morreram, mas números iniciais dos serviços de emergência sugerem que há pelo menos três mortos - duas delas na cidade de Kherson e outra em Kryvyi Rih.
Os drones causaram danos em cinco regiões: Dnipro, Odessa, Poltava, Kiev e Zaporizhzhia.
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O ministério da Defesa da Rússia também afirmou neste domingo que destruiu 20 drones ucranianos lançados em direção ao país no sábado.
Na sexta-feira (21/1), 12 civis ucranianos foram mortos em dia de ataques russos, nos quais residências e instalações de infraestrutura foram atingidas
Após o ataque deste sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ajuda aos países estrangeiros.
"Precisamos da força de toda a Europa, dos EUA e de todos que buscam uma paz duradoura", disse Zelensky neste domingo.
"Todos os dias, nosso povo enfrenta o terror aéreo. Na véspera do terceiro aniversário da guerra em grande escala, a Rússia lançou 267 drones de ataque contra a Ucrânia - o maior ataque desde que os drones iranianos começaram a atacar cidades e vilarejos ucranianos", escreveu o presidente.
Segundo Zelensky, apenas na última semana, 1.150 drones, 1,4 mil bombas aéreas guiadas e 35 mísseis foram lançados.

Crédito,Serviço de Emergência da Ucrânia/Via Reuters
Os recentes ataques aconteceram após dias de forte turbulência política, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir iniciar negociações de paz com a Rússia sem a participação da Europa, nem sequer da própria Ucrânia.
A abordagem gerou mal-estar com líderes europeus e desavenças com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que chegou a ser chamado de "ditador" por Trump no início da semana.
O correspondente da BBC em Kiev, James Waterhouse, analisa que os grandes ataques com drones são uma tática russa projetada para aterrorizar a população civil, pressionando os ucranianos a quererem o fim da guerra, independentemente dos termos.
Negociações de paz
Em meio às conversas entre Rússia e EUA, a Casa Branca mandou o enviado especial à Ucrânia, Keith Kellogg, para se encontrar com Zelensky na quinta-feira.
Ele adotou um tom diferente de Trump, e chamou Zelensky de "líder corajoso", afirmando que os dois tiveram "discussões positivas". Em pronunciamento à nação, Zelensky declarou, por sua vez, que o encontro havia restaurado a "esperança".
Em paralelo, a Casa Branca instou Zelensky a fechar um acordo sobre o acesso dos EUA aos minerais estratégicos da Ucrânia — um "acordo" que Trump disse que refletiria a quantidade de ajuda que os EUA forneceram à Ucrânia desde a invasão da Rússia em 2022, e que Zelensky rejeitou na quarta-feira.
Há informações ainda de que os EUA e a Rússia estariam avaliando a possibilidade de uma reunião entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, mas o Kremlin afirmou que nenhuma decisão foi tomada ainda.
Enquanto isso, os EUA estão se opondo a chamar a Rússia de "agressor" em uma declaração do G7, grupo formado pelas sete maiores economias do mundo, para marcar três anos da invasão em grande escala da Ucrânia, conforme noticiou a imprensa internacional.