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Estados Unidos expulsam embaixador da África do Sul no país: 'Explora questões raciais'

Secretário de Estado compartilhou post que afirma que o embaixador Ebrahim Rasool acusou Trump de liderar movimento de supremacia branca. Relações entre os dois países passa por crise desde fevereiro

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 14/03/2025
Estados Unidos expulsam embaixador da África do Sul no país: 'Explora questões raciais'
O embaixador da África do Sul, Ebrahim Rasool, ao lado do então presidente Joe Biden, em 13 de janeiro de 2025 | Embaixada da África do Sul em Washington

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (14) a expulsão do embaixador sul-africano Ebrahim Rasool. Em uma publicação, Rubio acusou Rasool de "explorar questões raciais" e de "odiar a América e Trump". A decisão ocorre semanas após os Estados Unidos cortarem ajuda financeira à África do Sul, alegando discriminação contra brancos.

Ao anunciar a expulsão, Rubio compartilhou um texto do site Breitbart, conhecido por seu alinhamento com o governo Trump. A reportagem cita que o embaixador da África do Sul afirmou que o presidente dos Estados Unidos está liderando um movimento de supremacia branca.

"O embaixador da África do Sul nos Estados Unidos não é mais bem-vindo no nosso grande país", escreveu Rubio. "Não temos nada a discutir com ele e, por isso, ele é considerado PERSONA NON GRATA."

O termo "persona non grata" é usado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo no país. Na prática, Rasool terá de deixar os Estados Unidos.

Rasool havia apresentado as credenciais ao então presidente Joe Biden em 13 de janeiro, marcando o início de sua missão diplomática. Essa era a segunda vez que o diplomata havia sido enviado aos Estados Unidos.

A crise nas relações entre os Estados Unidos e a África do Sul se acentuou no início de fevereiro, quando Trump resolveu cortar a assistência financeira ao país.

À época, o presidente americano afirmou que o governo sul-africano estava discriminando brancos ao desapropriar terras para cumprir uma lei que determinou uma reforma agrária no país.

A lei sul-africana pretende corrigir o desequilíbrio entre propriedades no país. Atualmente, dados apontam que os brancos possuem três quartos das terras agrícolas de propriedade plena da África do Sul. Por outro lado, os negros dominam apenas 4% dessas áreas, mesmo sendo 80% da população.

O bilionário Elon Musk, nascido na África do Sul e próximo de Trump, declarou que os sul-africanos brancos têm sido vítimas de "leis racistas de propriedade".