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Trump duvida de disposição da Ucrânia para acordo e alfineta Putin

Presidente americano afirmou que os ucranianos deveriam aceitar reunião na quinta-feira (15), proposta por Putin

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM CNN 11/05/2025
Trump duvida de disposição da Ucrânia para acordo e alfineta Putin
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, respondeu à proposta russa com cautela neste domingo, chamando-a de “sinal positivo” e afirmando que seu país está “pronto para se reunir” | REUTERS/Kevin Mohatt

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou nova pressão sobre o impasse por um acordo entre Rússia e Ucrânia por meio de postagem publicada neste domingo (11).

Na publicação, divulgada na rede social Truth Social, Trump afirmou que “o presidente [Vladimir] Putin, da Rússia, não quer um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas um encontro na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim para o banho de sangue”. Em seguida, o líder americano escreveu que “a Ucrânia devia aceitar a proposta, imediatamente”.

“Pelo menos eles conseguirão determinar se um acordo é ou não possível, e se não for, líderes europeus, e os Estados Unidos, saberão em que pé está a situação e poderão proceder de acordo!”, acrescentou Trump. “Estou começando a duvidar que a Ucrânia vai fazer um acordo com Putin.”

Ainda na publicação, o americano deu uma alfinetada em Putin, afirmando que ele estaria “ocupado demais celebrando a vitória na Segunda Guerra Mundial, que não poderia ter sido vencida sem os Estados Unidos da América”.

A pressão de Trump se opõe à dos países aliados da Ucrânia, que rejeitaram a oferta de Putin de manter conversas diretas com autoridades ucranianas, afirmando que ele precisa primeiro aceitar a proposta de cessar-fogo – que é apoiada pelos EUA.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, respondeu à proposta russa com cautela neste domingo, chamando-a de “sinal positivo” e afirmando que seu país está “pronto para se reunir” com autoridades russas.

Trump já havia reagido à oferta de Putin anteriormente, chamando-a de um “dia potencialmente ótimo para a Rússia e a Ucrânia”.

Trump fez do fim da guerra na Ucrânia uma de suas prioridades e investiu muito esforço para tentar convencer Putin. Seu enviado especial, Steve Witkoff, foi à Rússia quatro vezes para se encontrar com Putin, e houve várias outras reuniões de alto nível entre autoridades americanas e russas desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro.

Mas, apesar de oferecer algumas concessões antes impensáveis ​​à Rússia, o governo Trump não conseguiu fazer com que a Rússia concordasse com a proposta de cessar-fogo limitada, que visava abrir caminho para uma trégua permanente.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à CNN que a Rússia está “muito grata” pelos esforços de mediação de Washington, mas acrescentou que “ao mesmo tempo, é inútil tentar nos pressionar”.