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Trump diz que Putin está 'brincando com fogo'; Rússia reage e cita risco de 3ª Guerra Mundial
Ameaça do presidente dos EUA, que já chamou o homólogo russo de 'louco', ocorre após bombardeios massivos da Rússia na Ucrânia no final de semana

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (27) que o presidente russo, Vladimir Putin, está "brincando com fogo" em relação à guerra na Ucrânia.
“O que Vladimir Putin não entende é que, se não fosse por mim, muitas coisas realmente ruins já teriam acontecido com a Rússia — e quero dizer REALMENTE RUINS. Ele está brincando com fogo!”, escreveu Trump.
Horas depois, a Rússia reagiu. Em uma rede social, o principal responsável pela segurança do Kremlin, Dmitry Medvedev, mencionou diretamente o risco de uma Terceira Guerra Mundial.
“Sobre as palavras de Trump, dizendo que Putin está ‘brincando com fogo’ e que ‘coisas realmente ruins’ podem acontecer à Rússia, eu só conheço uma COISA REALMENTE RUIM — a Terceira Guerra Mundial. Espero que Trump entenda isso!”, afirmou.
As trocas de ameaças ocorrem após a Rússia lançar, entre domingo (25) e segunda-feira (26), os maiores ataques aéreos desde o início da guerra.
No domingo, foram disparados 367 drones e mísseis; no dia seguinte, o número chegou a 355 apenas com drones.
Trump endurece discurso
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Donald Trump e Vladimir Putin — Foto: AP Photo
No fim de semana, Trump já havia chamado Putin de “louco”, dizendo que conhece o líder russo, mas que “algo aconteceu com ele”. Em abril, o presidente americano já havia feito uma cobrança direta a Moscou: “Vladimir, PARE!”.
As falas mais recentes evidenciam o desalinhamento entre Trump e as ações do Kremlin. Durante a campanha e desde que voltou à Casa Branca, Trump prometeu “encerrar a guerra em 24 horas” — algo que ainda não se concretizou.
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Também nesta terça, o Kremlin acusou a Ucrânia de provocar uma escalada do conflito para envolver diretamente a Europa.
Para justificar as alegações, os russos disseram que os ucranianos intensificaram bombardeios no território russo, chamando-os de "provocativos", e que os ataques aéreos contra a Ucrânia seriam uma "resposta".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os ataques ucranianos contrastam com o desejo pela paz e não contribuem para as negociações. Peskov disse ainda que a Europa "participa indiretamente" do conflito com o fornecimento de armas a Kiev, segundo a agência estatal RIA Novosti.
"Vemos que a Europa participa de forma indireta, com o fornecimento contínuo de armamentos — os mais diversos sistemas de armas e munições — e isso constitui uma participação indireta na guerra contra a Rússia", disse Peskov a jornalistas.
Na segunda-feira, aliados europeus autorizaram a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance para atingir alvos dentro do território russo, segundo o chanceler alemão, Friedrich Merz. EUA e Reino Unido já haviam dado sinal verde para o uso limitado desse tipo de armamento no final de 2024.
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Bombeiros tentam apagar um incêndio após um ataque russo na região de Kiev em 25 de maio de 2025 — Foto: Serviço de Emergência da Ucrânia/AP