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Enviado de Trump diz que Putin aprovou garantias de segurança para Ucrânia
Steve Witkoff afirmou que a cláusula acordada por Moscou era uma solução alternativa à insistência russa de que Kiev jamais pudesse ingressar na Otan

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou garantias de segurança “robustas” como parte de um eventual acordo de paz, incluindo uma cláusula que garantiria a defesa coletiva da Ucrânia pelos Estados Unidos e pela Europa caso a Rússia tente outra invasão, disse o enviado americano Steve Witkoff à CNN.
Witkoff afirmou que a cláusula acordada por Moscou era uma solução alternativa à insistência russa de que a Ucrânia jamais pudesse ingressar na Otan.
Ele afirmou que os russos também prometeram “consagrar legislativamente” a promessa de não invadir a Ucrânia ou outro país europeu em qualquer plano de paz futuro.
A Rússia ainda não mencionou tais acordos.
Mas os acordos ecoam uma proposta de garantias de segurança para a Ucrânia semelhante ao Artigo 5 da Otan, apresentada pelo presidente Donald Trump em uma ligação telefônica com líderes europeus no fim de semana.
Uma autoridade europeia disse à CNN que parte das conversas com o líder americano envolveu garantias de segurança “do tipo Artigo 5” para a Ucrânia, com apoio europeu e americano, no caso de um acordo de paz. A autoridade acrescentou que não haveria envolvimento da organização nessas garantias.
Saiba o que é o Artigo 5 da Otan
Trata-se da parte de “defesa coletiva” do tratado da aliança, que estipula que um ataque contra um membro é considerado um ataque contra todos os aliados e que os membros tomarão medidas mútuas.
Trump já havia ignorado os frequentes apelos de Kiev por garantias de segurança — alguma forma de garantir que a Rússia não violaria um acordo de cessar-fogo ou retomaria sua ofensiva na Ucrânia em alguns anos.
Potências europeias também propuseram uma “força de segurança” para a Ucrânia, que, segundo elas, não poderia funcionar sem um “reforço” dos Estados Unidos, mas Trump tem se mostrado relutante em comprometer forças ou recursos americanos.
Entenda a guerra na Ucrânia
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra. Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones.
Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.
Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.