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Líderes europeus chegam à Casa Branca para reunião com Trump e Zelensky
Secretário-geral da Otan, Mark Rutte, foi a primeira autoridade a ser recebida; em seguida, chegaram a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen e o premiê britânico Keir Starmer

Líderes europeus chegaram à Casa Branca nesta segunda-feira (18) para demonstrar apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy antes de seu encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, onde ele pode enfrentar pressão para encerrar a guerra com a Rússia em termos favoráveis a Moscou.
Os líderes de Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, União Europeia e Otan estão em Washington em solidariedade à Ucrânia e também para pressionar por fortes garantias de segurança em qualquer acordo pós-guerra.
Trump está pressionando por um fim rápido à guerra mais mortal da Europa em 80 anos, e Kiev e seus aliados temem que ele tente forçar um acordo nos termos da Rússia, depois que o presidente estendeu o tapete vermelho para o presidente russo Vladimir Putin no Alasca na sexta-feira.
Mais cedo, Trump publicou nas redes sociais: "Um grande dia na Casa Branca. Nunca tivemos tantos líderes europeus aqui ao mesmo tempo. Uma grande honra para os Estados Unidos! Vamos ver quais serão os resultados?"
Trump se reunirá primeiro com Zelensky e depois com os líderes de Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, União Europeia e Otan, dias depois de encontrar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, que esteve na reunião de Trump com Zelenskiy em fevereiro, também participará das conversas desta segunda, disse uma fonte informada sobre o assunto.
A "Coalizão dos Dispostos" — os principais aliados europeus da Ucrânia — se reuniram no domingo (17) para discutir a necessidade de "parar a matança" na Ucrânia, manter a pressão sobre a Rússia por meio de sanções e defender o princípio de que a Ucrânia deve tomar decisões em seu próprio território.
Os líderes europeus pressionarão para que Trump se junte a eles na linha dura com o presidente russo, Vladimir Putin, nessas questões.
O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que a Europa deve permanecer firme com a Rússia para evitar conflitos futuros.
Ele também afirmou que a Europa está pronta para assumir a responsabilidade em relação às garantias de segurança na Ucrânia.
"Precisamos entrar em uma nova fase diplomática... uma fase na qual precisamos defender os interesses europeus", falou Macron.
Ataques russos durante a noite em cidades ucranianas mataram pelo menos 10 pessoas, no que Zelensky chamou de um esforço "cínico" para minar as negociações.
"A Rússia só pode ser forçada à paz pela força, e o presidente Trump tem essa força", escreveu Zelensky nas redes sociais após uma reunião anterior com o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg.
Trump rejeitou as acusações de que a cúpula do Alasca foi uma vitória para Putin, que foi indiciado como criminoso de guerra pelo Tribunal Penal Internacional e está diplomaticamente isolado desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
"Sei exatamente o que estou fazendo e não preciso dos conselhos de pessoas que trabalham em todos esses conflitos há anos e nunca foram capazes de fazer nada para impedi-los", escreveu Trump nas redes sociais.
A equipe de Trump afirmou que será necessário haver concessões de ambos os lados para encerrar o conflito. Mas o próprio presidente atribuiu a Zelensky a responsabilidade de pôr fim à guerra, afirmando que a Ucrânia deveria desistir das esperanças de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, ou de se juntar à aliança militar da Otan.
Zelenskiy "pode acabar com a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando", disse Trump nas redes sociais.