Mundo
Ataque em sinagoga de Manchester durante Yom Kipur deixa ao menos 2 mortos e 4 feridos; o que se sabe
A polícia foi chamada à Sinagoga da Congregação Hebraica de Heaton Park às 9h31 (5h31 no horário de Brasília) por uma pessoa que testemunhou um carro sendo jogado em direção a um grupo

Duas pessoas morreram e ao menos quatro ficaram feridas em um ataque com carro e facadas em uma sinagoga em Crumpsall, bairro de Manchester, na Inglaterra. O caso ocorreu no Yom Kipur — o dia mais sagrado do calendário religioso judaico. Um terceiro homem, que acredita-se ter sido o autor do ataque, foi baleado pela polícia e é considerado morto, enquanto três outras vítimas permanecem em estado grave.
O prefeito da Grande Manchester, Andy Burnham, afirmou que o autor do ataque "provavelmente" foi morto. Ele disse para as pessoas evitarem a região, pois se trata de "um incidente sério". O local foi isolado, com presença de polícia, bombeiros e serviços de ambulância, e helicópteros sobrevoando a área.
O que aconteceu?
A polícia foi chamada à Sinagoga da Congregação Hebraica de Heaton Park às 9h31 (5h31 no horário de Brasília) por uma pessoa que testemunhou um carro sendo jogado em direção a um grupo e também um homem sendo esfaqueado.
Entre 9h37 e 9h38, a polícia de Manchester disparou contra o suspeito, como parte de uma resposta da operação Plato — protocolo de emergência para ataques em grande escala, incluindo ataques terroristas.
Testemunhas relataram cenas de pânico, incluindo um homem com faca tentando entrar em um prédio próximo antes de ser abatido pela polícia.
Vítimas estavam sendo atendidas por equipes de emergência no local.
O incidente ocorreu na Sinagoga da Congregação Hebraica de Heaton Park, na área de Crumpsall, no norte de Manchester.
É uma região com uma grande comunidade judaica, cerca de 6 km do centro da cidade.
Um grande número de pessoas que estava na sinagoga no momento do incidente "foi mantido dentro do prédio enquanto até a área em volta ser considerada segura", disseram os policiais. Desde então, as pessoas foram evacuadas.
Uma testemunha ocular chamada Gareth, que dirigia sua van de entregas perto do local, disse à BBC que viu um homem "sangrando no chão" e outro homem "deitado no chão" em frente a um carro.
Gareth disse contou que ouviu pessoas gritando e que viu outro homem com uma faca "esfaqueando a janela" de um prédio próximo, "tentando entrar".
"Em questão de segundos, a polícia chegou, deu alguns avisos, ele não obedeceu, então eles abriram fogo", explicou, dizendo que o homem com a faca então caiu no chão.
O homem então "começou a se levantar e eles [a polícia] atiraram nele novamente", disse Gareth — descrevendo como "angustiante" presenciar a cena.

Crédito,Peter Byrne/PA Wire
O incidente ainda está em andamento?
O prefeito de Manchester, Andy Burnham, disse que "o perigo imediato parece ter passado".
Mas o público está sendo advertido para evitar a área enquanto a polícia lida com o incidente.
O local foi isolado, com presença de polícia, bombeiros e serviços de ambulância. Helicópteros sobrevoam a região.
Uma explosão controlada foi ouvida no cordão policial por volta das 13h20 locais.
Membros da comunidade judaica e do público em geral foram vistos se reunindo ao redor do local.
O primeiro-ministro, Keir Starmer afirmou que "ativos policiais adicionais" seriam enviados a sinagogas em todo o país após o ataque.
Ele disse aos repórteres: "Faremos tudo para manter nossa comunidade judaica segura."
Reações políticas
O rei Charles 3º disse que ele e a rainha ficaram "profundamente chocados e entristecidos ao saber do ataque horrível em Manchester, especialmente em um dia tão significativo para a comunidade judaica".
Starmer disse estar "consternado" com o ataque, e que "o fato de isso ter ocorrido no Yom Kipur, o dia mais sagrado do calendário judaico, torna tudo ainda mais horrível".
"Meus pensamentos estão com os entes queridos de todos os afetados, e agradeço aos serviços de emergência e a todos os primeiros socorristas."
Ele presidirá uma reunião do comitê de emergência Cobra do governo em Londres nesta tarde, retornando antecipadamente de uma cúpula europeia na Dinamarca para isso.
A líder conservadora Kemi Badenoch disse à BBC que o ataque parecia "uma agressão ultrajante à comunidade judaica em seu dia mais sagrado", chamando-o de "vil e repugnante".
O contexto do Yom Kipur

Crédito,PA Media
Yom Kipur é o dia mais sagrado do calendário religioso judaico.
É um período solene de jejum e expiação, considerado o dia em que Deus sela o destino de cada pessoa para os anos seguintes. O trabalho é proibido, pois o dia é reservado para oração e reflexão.
Muitos que não frequentam regularmente a sinagoga o fazem neste dia — portanto, a segurança costuma ser reforçada.
O rabino Jonathan Romain, da Sinagoga de Maidenhead, disse à agência de notícias PA que este é "o pior pesadelo de qualquer judeu".
"Não é apenas um dia sagrado, o mais sagrado do calendário judaico, mas também um momento de grande aglomeração, quando a comunidade judaica, seja ela religiosa ou não, se reúne."