A tradicional impunidade como os casos de corrupção são tratados em Mato Grosso pode estar com os seus dias contados. Não dá ainda para idealizar uma absoluta guinada rumo à abolição dessa prática abominável, à concretização do sonho de que toda a corrupção será extirpada.
Nos últimos meses, após denuncias feita pelos jornalistas Pedro Ribeiro, Laerte Lannes, do Jornais Página 12, o Mato Grosso e ainda por Cláudio Natal, que protocolaram um dossiê junto ao ‘órgão’, técnicos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) iniciaram uma lenta e minuciosa investigação para saber a origem da dinheirama recebida por empresas nas gestões dos ex-presidentes do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Antônio Joaquim e José Carlos Novelli, junto ao Tribunal.
A inteligência do Laboratório CAEX do COAF fizeram uma triangulação dos documentos e uma sólida investigação. Ao saber do resultado, os técnicos ficaram zonzo, sentaram em suas respectivas cadeiras e viram um mundo de corrupção enraizado no ‘seio’ do TCE de Mato Grosso. Com pulso firme eles constaram, que uma das empresa de informática que prestava serviços no fornecimento de Software ao TCE de Mato Grosso, a ‘GEDOC’, movimentou mais de R$ 40 milhões entre março e agosto de 2013, (apenas 5 meses).
E a empesa que o ex-governador Silval Barbosa, disse que pagou parte da extorsão de R$ 53 milhões, aos cincos conselheiros afastados, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo, Waldir Teiss, Antônio Joaquim e Valter Albano, e que fizeram extorsão contra ele. A confirmação feita pelo COAF dos recebimentos da empresa ‘GEDOC’ junto ao TCE, corrobora com a afirmação do ex-governador que teria pagado os R$ 53 milhões para os cinco conselheiros.
Segundo os técnicos do COAF, a dinheirama saiu do próprio Governo de Mato Grosso, através de suplementação orçamentária feita pelo ex-governador. O dinheiro saiu da conta do governo de Mato Grosso, entrou na conta do TCE e saiu para as mãos dos conselheiros através de recebimentos ‘fraudulentos’, feito pela empresa.
A inteligência do COAF revelou também que o grande volume de dinheiro recebido pela ‘GEDOC’ eram considerados incompatíveis com a capacidade econômico-financeira da empresa. Segundo os técnicos, a empresa não tinha ‘lastro’ econômico e tamanho suficiente para suportar tantos recebimentos de valores astronômicos, e que eram repassados para os conselheiros, para o pagamento do ‘achaque’ em desfavor do ex-governador Silval Barbosa.
Os técnicos também constataram que parte desses valores foram usados de forma estranhas da normalidade, pois a empresa fazia reservas de dinheiro no Banco e os saques milionários sacado na ‘boca’ do caixa, ocultando assim o destino desses valores. Os técnicos do COAF também afirmam – em seus relatórios – que foram identificadas movimentações financeiras e patrimoniais relacionadas aos conselheiros investigados, Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Valter Albano, Valdir Teis e Sérgio Ricardo.
O COAF diz que os conselheiros afastados, fizeram simulações patrimoniais para tentar ocultar a dinheirama recebida ilegalmente de corrupção. Quanto a empresa ‘GEDOC’, os técnicos confirmaram que os recebimento junto ao TCE, corrobora com as declarações de Silval Barbosa que, pagou propina aos Conselheiros. E a dinheirama paga, teve a conformação de notas promissórias. O relatório do COAF foi concluído e encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça(STJ).