O procurador de Justiça de Mato Grosso, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, 71, deve ser afastado por 44 dias de suas funções de procurador do Ministério Público de Mato Grosso após denúncias de assédio moral e sexual contra duas servidoras do órgão no estado.

A decisão será proferida pelo corregedor nacional do Ministério Público, conselheiro Oswaldo D’Albuquerque, que apresentou na sessão extraordinária realizada na segunda-feira, 03, decisão de instauração de processo administrar no Conselho Nacional do Ministério Público. Conforme o corregedor, a conduta de Scaloppe é uma afronta ao Ministério Público, “é um procedimento reprovável, importando em desrespeito às leis em vigor e à própria Instituição”, disse D´Albuquerque.

Ele afirmou ainda que na denúncia – apresentada pelas servidoras – há “indícios suficientes de autoria e de materialidade” e segundo ele, a pena para o caso é a de suspensão por 44 dias em desfavor de Scaloppe.

Uma das advogadas que defende uma das servidoras que supostamente sofreu assédio pelo Procurador de Justiç – afirma - que ele teria feito comentário pejorativo contra ela, a chamando de “incompetente, desorganizada, desatenta e burra”.

Em outro momento, ele rasgava elogios a ela quando a servidora usava saia ou vestido.

Uma outra servidora disse em depoimento que sofreu investidas sexuais por parte de Scaloppe. Ela disse que teve partes do corpo tocadas, sem permissão, “ele sempre elogiava a minha boca, dizia que gostaria de beijá-la. Ele bateu na minha bunda por diversas vezes, me chamou de gostosa e depois ameaçou dizendo que o cargo era dele”, disse uma das supostas vítimas do procurador.

Uma testemunha disse que o procurador Scaloppe escolhia uma pessoa que era constantemente humilhada na frente de todos. “Ele escolhia alguém para 'Cristo' e essa pessoa era constantemente humilhada na frente dos outros colegas”, afirmou a testemunha.

Ela disse também que pediu a exoneração do cargo por não aceitar os comentários do procurador. A denúncia contra Scaloppe foi aberto em Julho de 2022. O CNMP determinou um prazo de 90 dias para a conclusão.