Política

TOGA MANCHADA! Judiciário de MT entra em colapso com afastamento de juízes por má conduta

TJMT afasta magistrados por baixa produtividade e abandono de função; Corregedor Lindote afirma: “Não há espaço para juízes que ignoram seus deveres”

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM TJ-MT 26/06/2025
TOGA MANCHADA! Judiciário de MT entra em colapso com afastamento de juízes por má conduta
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) afastou nesta quinta-feira (26) dois juízes por graves suspeitas de conduta irregular | Divulgação/COM TJ-MT

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) afastou na quinta-feira,26, dois juízes por graves suspeitas de conduta irregular, em decisão que escancarou a crise moral e institucional que assola o Judiciário do estado.

Foram atingidos pelo afastamento o juiz Renato José de Almeida Costa Filho, da comarca de Chapada dos Guimarães, acusado de baixa produtividade e comportamento incompatível com a função pública, e a juíza Tatiana dos Santos Batista, de Vila Bela da Santíssima Trindade, que, segundo apuração, simplesmente deixava de comparecer ao fórum e negligenciava obrigações básicas da magistratura.

As decisões foram tomadas pelo Órgão Especial do TJMT, após propostas apresentadas pelo corregedor-geral José Luiz Leite Lindote, que foi categórico:
“Magistrado que ignora o dever funcional compromete toda a confiança no sistema de Justiça. E isso não será tolerado.”

CNJ vasculha bastidores do Judiciário mato-grossense


Coincidindo com os afastamentos, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza uma inspeção ampla e minuciosa no Judiciário de Mato Grosso, apurando a conduta de juízes, servidores e desembargadores.

A inspeção, conduzida pela Corregedoria Nacional, segue em sigilo, mas já provoca temor nos bastidores do Poder Judiciário estadual. Fontes indicam que o CNJ está de posse de relatórios que detalham supostas negligências, desvios e favorecimentos processuais — e os desdobramentos podem atingir novas figuras togadas nos próximos dias.

Divulgação/COM TJ-MT
Divulgação/COM TJ-MT



Durante a mesma sessão, o TJMT decidiu converter em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) a sindicância contra a juíza Maria das Graças Gomes da Costa, de Rondonópolis. Ela é casada com o empresário Antenor Salomão, réu por assassinar a bancária Leidiane Souza Lima, de 34 anos, em um dos crimes mais chocantes de 2023. Embora Maria das Graças não seja investigada criminalmente, o Judiciário resolveu monitorá-la formalmente, alegando “risco institucional” pela proximidade com o acusado.

Em nota oficial, o TJMT alegou que todos os procedimentos seguem o devido processo legal e tramitam sob sigilo, como determina a legislação. No entanto, o tom foi defensivo: a Corte rechaçou o que chamou de “especulações” da imprensa e advertiu contra a divulgação de informações não confirmadas.

Mas o que se vê, na prática, é um Judiciário sitiado por denúncias, afastamentos e escândalos — e um clima de tensão crescente entre as paredes de um poder que se acostumou com o silêncio.

Página 12 seguirá rompendo esse silêncio.