Polícia

Justiça nega liberdade provisória e mantém prisões preventivas de vereadores; Paulo Henrique ficará preso na PCE e Pablo Pereira na Mata Grande

Eles concorrem à reeleição, mas, foram afastados os respectivos mandatos pelo juiz titular do Nipo, João Bosco Soares da Silva

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM TJ-MT 21/09/2024
Justiça nega liberdade provisória e mantém prisões preventivas de vereadores; Paulo Henrique ficará preso na PCE e Pablo Pereira na Mata Grande
O magistrado arguiu em sua decisão, provas dos crimes imputados e indícios de autorias | Arquivo Página 12

O juiz plantonista do Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), João Francisco Campos de Almeida, negou todos os pedidos de Liberdade Provisória feita pela defesa do vereador de Cuiabá, Paulo Henrique, do MDB, e de Várzea Grande, Pablo Pereira, do União, e manteve as prisões preventivas dos dois.

O magistrado arguiu em sua decisão, provas dos crimes imputados e indícios de autorias. Em ambos os casos, o juiz disse que há requisitos legais que precisam ser respeitados conforme prevê o artigo 312 do Código de Processo Penal.

O vereador de Cuiabá, Paulo Henrique foi transferido para a Penitenciária Central do Estado(PCE), antigo Pascoal Ramos.

Já o vereador de Várzea Grande, Pablo Pereira, que também é advogado, ficará no presídio da Mata Grande, no município de Rondonópolis(220 KM de Cuiabá). Os dois vereadores foram presos na sexta-feira, 20.

Eles concorrem à reeleição, mas, foram afastados os respectivos mandatos pelo juiz titular do Nipo, João Bosco Soares da Silva.

Paulo Henrique foi preso por agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO-MT) – formado por Policiais Federais, Rodoviários Federais, Militares e Civis - por manter ligações estreitas com a facção criminosa Comando Vermelho.

A prisão ocorreu durante a Operação Pubblicare e cumpriu ordens judiciais contra o núcleo do CV formado por servidores públicos que colaboravam com membros da facção na lavagem de dinheiro por meio da realização de shows e eventos em casas noturnas de Cuiabá.

A Operação Pubblicare é um desdobramento da Operação Ragnatela.

Na decisão, o juiz João Francisco Campos de Almeida, apontou que o parlamentar atuava como uma espécie de liderança do grupo criminoso e determinou o sequestro de veículos, imóveis e o bloqueio de R$ 1 milhão do vereador, e de outros quatro alvos.

Já Pablo Pereira foi preso durante a Operação Gota D’água feita por Policiais da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor).

De acordo com a Polícia Civil, ele era um dos líderes – conjuntamente – com o diretor comercial do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande(DAE/VG), Alessandro Macaúbas Leite de Campos, de um grupo criminoso que cobrava propinas para fornecer água encanada para moradores de Várzea Grande.

Além dele, outras oito pessoas também foram presas e cumprem prisão domiciliar. Pablo atuava para realizar pressão política com a finalidade de fazer valer os objetivos do grupo criminoso.

A Polícia identificou diversas situações em que foi dificultado o acesso dos moradores à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além da cobrança de propina para realizar serviços aos moradores que era de obrigação do Departamento, como a ligação para água encanada.

O grupo criminoso também excluía ilegalmente débitos e também faziam a diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores.