Polícia
Médico é liberado pela justiça em Cuiabá; 5 fatos que apontam ineditismo exacerbado da mídia contra ele
Em mundo de informações instantâneas, não é nada fácil identificar em uma informação jornalística a que seja confiável
A notícia que dominou na manhã de segunda-feira, 16, os noticiários de rádios, sites e televisões da capital foi a prisão do médico e advogado, Ruy de Souza Gonçalves, de 67 anos, em uma suposta importunação sexual contra uma paciente de 34 anos, ocorrido na UPA Sul, do bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, mostra que estamos diante de ações da mídia em um execramento sem precedentes na vida de uma pessoa - algumas delas irreversíveis.
A prisão do médico que dava plantão na unidade de saúde e saiu de lá preso pela Polícia Militar por supostamente ter praticado importunação sexual contra uma paciente de 34 anos no consultório – durante a consulta – mostra o ineditismo exacerbado da mídia cuiabana e a falta de checagem de informações precisas, imparcial, independente e justa.
Em mundo de informações instantâneas, não é nada fácil identificar em uma informação jornalística a que seja confiável, e essa tarefa pode confundir bastante os leitores/telespectadores.
A bem da verdade, deve-se construir o próprio julgamento sobre a credibilidade do jornalismo ineditista.
A reportagem do Página 12 analisou e chegou algumas das principais conclusões das reportagens feitas por alguns veículos em desfavor do médico e apontou cinco fatos das reportagens veiculadas.
- 01) O médico foi levado preso por importunação sexual, tipificado no Código Penal, cuja pena e de 1 a 5 anos. E não por assédio sexual, cuja pena é de 1 a 2 anos.
- 02) Reportagens citaram que ele foi demitido da Prefeitura de Cuiabá na gestão do ex-prefeito Mauro Mendes. Mas, não citaram que ele conseguiu reverter a demissão na justiça e foi reintegrado ao cargo de medico efetivo na Prefeitura de Cuiabá.
- 03)Alguns veículos ainda citaram que ele foi denunciado por ter invadido no Hospital Santa Casa de Cuiabá e que ele responderia na justiça por isso. Mas, não deram outra versão a ele e não chegara, informação. O médico, realmente teria ido até a Santa Casa para atender um paciente acamado. Ele foi denunciado, mas, a Policia Civil arquivou o inquérito e o Ministério Público não fez denúncia.
- 04)A imprensa citou ainda que ele teria invadido a sala de uma juíza no Fórum da capital. Neste caso, o Página 12 chegou e a informação correta e que ele foi representado na Seccional da OAB, mas, o Conselho ainda não julgou o médico/advogado. Ainda pelo estatuto da OAB tanto magistrado quanto advogado estão no mesmo nível hierárquico na justiça, durante um julgamento e/ou depoimento.
- 05) A imprensa não citou na reportagem da prisão médico sobre a não apreensão dos celulares do médico e da paciente, a suposta vitima. E ainda caso – supostamente – houve a importunação sexual contra a paciente, porquê seu consultório estava com portas abertas, conforme afirmações de servidores da unidade de saúde.
- A verdade é que devemos ser honestos e transparentes em relação ao que desconhecemos e evitarmos especulações infundadas.
- O médico foi liberado da prisão em audiência de custodia e irá responder em liberdade. E durante seu depoimento na Polícia Civil ele ficou calado.
- É certo também que se ele cometeu o crime imputado, deverá responder conforme o que detremina a lei e ter todo o direito ao contraditório e a ampla defesa.
- Ademais, crimes sexuais na sociedade moderna é repugnante e deve ser punido, exemplarmente. Até por que alegações, fatos materiais e outros tipos de conteúdo que por ventura não possam ser corroborados devem necessariamente ser atribuídos.
- Nessa toada é entender a não transcrição – na totalidade – do áudio apresentado pela suposta vítima.
- Parte da imprensa – deveria admitir os erros e/ou omissões sempre que forem cometidos e incentivar o estabelecimento de uma cultura que estimule o aprendizado a partir dos erros cometidos.