Polícia
Corregedoria da Prefeitura de Cuiabá abre PAD contra ex-vereador por ligações com o Comando Vermelho; ele pode perder cargo de fiscal com salário de R$ 30 mil
A Comissão Processante Administrativa apura denúncias feitas pelo Ministério Público de Mato Grosso da participação do ex-vereador em recebimento de propinas e vantagens indevidas

o ex-vereador de Cuiabá Paulo Henrique (MDB), pode perder o cargo de fiscal do Meio Ambiente efetivo da Prefeitura com salário que chega a R$ 30 mil. A Corregedoria-Geral do Município abriu processo administrativo disciplinar (PAD) contra ele por ligações com a facção criminosa Comando Vermelho.
A Comissão Processante Administrativa apura denúncias feitas pelo Ministério Público de Mato Grosso da participação do ex-vereador em recebimento de propinas e vantagens indevidas para favorecer casas noturnas da capital que eram usadas pela organização criminosa para lavagem de dinheiro. Paulo Henrique foi preso por agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO-MT) – formado por Policiais Federais, Rodoviários Federais, Militares e Civis - por manter ligações estreitas com a facção criminosa Comando Vermelho.
A prisão ocorreu durante a Operação Pubblicare e cumpriu ordens judiciais contra o núcleo do CV formado por servidores públicos que colaboravam com membros da facção na lavagem de dinheiro por meio da realização de shows e eventos em casas noturnas de Cuiabá. A Operação Pubblicare foi um desdobramento da Operação Ragnatela deflagrada pela FICCO-MT que desarticulou o grupo criminoso que teria adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor de R$ 800.000,00, pagos em espécie, com o lucro auferido por meio de atividades ilícitas.
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Os investigados respondem pelos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com os membros da facção indiciados durante a Operação Ragnatela. A Operação Pubblicare, termo em italiano, faz alusão à atividade do agente público, que em vez de atuar em prol da população, focava em interesses escusos da facção criminosa. O PAD contra o ex-vereador foi assinada pelo corregedor-geral do município, Carlos Eduardo Lopes.
Veja a decisão da abertura do PAD contra o e-vereador
“Determinar a instauração de Processo Administrativo Disciplinar, em desfavor de Paulo Henrique de Figueiredo, para apuração de supostas irregularidades praticadas durante o exercício de suas obrigações laborais, em razão de possível infringência ao artigo 131, incisos I, II, III, IV, IX e X ; art. 132, incisos IX, XI e XX, ambos da Lei Complementar nº 093/2003, conforme denúncia”, diz trecho da portaria assinada pelo corregedor-geral do Município, Carlos Eduardo Lopes.