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Tiger Hunt: Polícia estoura esquema bilionário do jogo do tigrinho em Mato Grosso

Influenciadores digitais e empresários ostentavam luxo com dinheiro de vítimas enganadas por vitórias forjadas

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM PC-MT 09/06/2025
Tiger Hunt: Polícia estoura esquema bilionário do jogo do tigrinho em Mato Grosso
Uma megaoperação deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso na segunda-feira (09) revelou os bastidores de um esquema criminoso bilionário que usava o popular “Jogo do Tigrinho | PC-MT

Uma megaoperação deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso na segunda-feira (09) revelou os bastidores de um esquema criminoso bilionário que usava o popular “Jogo do Tigrinho” para enganar milhares de brasileiros com vitórias falsas, CPFs comprados e lavagem de dinheiro em larga escala.

Batizada de Operação Tiger Hunt, a ação cumpre 21 ordens judiciais em diversos alvos ligados a uma quadrilha especializada em fraudes digitais, que usava influenciadores digitais como isca para atrair vítimas para plataformas de apostas ilegais.

Durante cinco meses de investigação, agentes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cáceres descobriram que os investigados manipulavam versões de demonstração do jogo para simular ganhos de até milhares de reais em poucos segundos. As gravações eram então divulgadas nas redes sociais como “prova” de lucros fáceis, atraindo legiões de seguidores desesperados por uma virada financeira.

“Era tudo armado. Os lucros não passavam de encenação. Enquanto o povo perdia dinheiro, eles ganhavam fama e fortuna”, afirmou um investigador da operação.

O grupo ainda adquiria CPFs de pessoas humildes — por valores entre R$ 50 e R$ 100 — e os usava para abrir contas digitais falsas, movimentar dinheiro das apostas e lavar recursos de origem ilícita por meio de empresas controladas pelos membros da organização.

A investigação revelou um padrão de vida incompatível com a realidade da maioria dos brasileiros. Os alvos da operação compraram carros de luxo, imóveis, jet skis, joias e bancaram viagens internacionais e festas caras com dinheiro oriundo das fraudes.

Balanço da operação:
- 4 mandados de prisão,
- 5 mandados de busca e apreensão,
- sequestro de bens móveis e imóveis,
- quebra de sigilos bancários e telefônicos,
- e suspensão de empresas envolvidas.

A ação integra o plano Inter Partes, do programa Tolerância Zero, lançado pelo Governo do Estado no combate à criminalidade organizada.

“É o início do fim da farra criminosa do Tigrinho. Estamos apenas começando a caça”, declarou um delegado da DERF.