Um crime bárbaro e revoltante escancarou a face mais cruel da violência contra a mulher em Mato Grosso. Maria Selma Rocha dos Santos, 51 anos, foi brutalmente assassinada e teve o corpo enterrado no quintal de uma residência no residencial Mathias Neves, em Rondonópolis (212 km de Cuiabá). O principal suspeito, de 40 anos, com 14 passagens pela polícia, está foragido e sendo procurado pelas forças de segurança.

O corpo da vítima foi localizado na noite de domingo (22), após um alerta feito pela ex-mulher do criminoso, que já havia sido vítima de agressões por ele. Em estado de choque, ela relatou à Polícia Militar ter recebido ligações ameaçadoras e, em seguida, um vídeo aterrorizante em que o homem exibia o corpo de Maria Selma, já sem vida e seminua, no quarto da casa.

Os policiais iniciaram buscas imediatas. O marido de Maria Selma relatou que ela havia saído de casa por volta das 8h da manhã para prestar serviço em um bar, mas não retornou. O celular da vítima chegou a ser atendido durante as tentativas de contato, mas as ligações eram rapidamente desligadas. O dono do bar confirmou que ela esteve no local e saiu acompanhada do suspeito.

Ao chegar na casa dele, a polícia encontrou o imóvel trancado e vazio. O local exalava forte cheiro de veneno e havia sinais de limpeza recente, numa clara tentativa de ocultar o crime. Marcas de sangue nas paredes chamaram a atenção dos policiais. Nos fundos do quintal, um detalhe macabro: sob uma lona, ao lado de uma caixa d’água, os agentes encontraram um pé humano. O corpo de Maria Selma estava parcialmente enterrado e apresentava diversas lesões na cabeça. A vítima usava apenas um sutiã.

A cena do crime foi isolada para o trabalho da Polícia Civil e da Perícia Oficial (Politec). O caso é tratado como feminicídio, e as buscas pelo suspeito foram intensificadas. “Trata-se de um criminoso perigoso, com extensa ficha criminal, e todos os esforços estão concentrados para localizá-lo e levá-lo à prisão”, informou um policial envolvido nas diligências.

O crime causou comoção na comunidade e reacendeu o debate sobre a escalada da violência contra a mulher no estado. Mato Grosso já registra dezenas de feminicídios só neste ano, segundo dados preliminares das forças de segurança.

As autoridades pedem que qualquer informação sobre o paradeiro do foragido seja repassada de forma anônima pelos números 190 ou 197.