Polícia
Colapso nas prisões de MT: Sindicato acusa Estado de ser cúmplice do crime organizado
Fuga de presas perigosas expõe caos no sistema penitenciário e abandono dos policiais penais, diz nota do SINDSPPEN

O sistema prisional de Mato Grosso está em colapso. A denúncia é do Sindicato dos Servidores Penitenciários (SINDSPPEN-MT), que responsabiliza diretamente o Estado por negligência e omissão diante do caos que se instalou nas cadeias.
O estopim foi a fuga de duas detentas de alta periculosidade da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, episódio que, segundo o sindicato, é apenas a ponta do iceberg de uma crise anunciada.
A nota oficial divulgada nesta segunda-feira (18) não poupa críticas: “O Estado tornou-se cúmplice de um sistema que facilita o avanço do crime organizado, a entrada de ilícitos e a ocorrência de fugas”.
Os números são alarmantes: a unidade feminina abriga 360 presas, além de outros 110 detentos em trabalho interno — incluindo 52 homens da Penitenciária Central do Estado (PCE). Tudo isso sob a guarda de apenas nove policiais penais por plantão. A proporção viola as regras do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que estabelece no máximo cinco presos por servidor.
Sem equipamentos modernos, com câmeras sucateadas e monitoramento obsoleto, os policiais penais trabalham sob risco extremo. Mesmo assim, o sindicato destaca o “profissionalismo exemplar” da categoria, que resiste em condições que considera desumanas e insustentáveis.
O SINDSPPEN-MT exige medidas emergenciais, entre elas a convocação imediata dos aprovados no último concurso público, reforço estratégico na segurança, manutenção urgente do sistema de monitoramento e cumprimento rigoroso dos protocolos penitenciários.
A entidade deixa claro que não aceitará que a culpa de futuras tragédias recaia sobre os ombros dos policiais penais. Para o sindicato, a omissão do governo transformou os presídios em “escolas do crime” e abriu espaço para o fortalecimento das facções criminosas dentro e fora das muralhas.
Veja a Nota do Sindicato
