O ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, acusou o ex-governador Pedro Taques (PSDB) e seu primo, o ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques, de financiarem e obter informações indevidas no esquema de interceptações clandestinas ilegais no Estado, conhecido como Grampolândia Pantaneira.
A informação foi divulgada na noite desta segunda-feira (15), no jornal MTTV 2ª Edição, da TV Centro América (veja matéria AQUI).
Conforme a reportagem, o coronel tentou firmar um acordo de colaboração premiada junto ao Ministério Público Estadual (MPE).
Nele, Zaqueu revelou que o então governador obteve a informação de que Janete Riva, esposa do ex-presidente da Assembleia Legislativa José Riva, seria nomeada a uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE), em dezembro de 2014. A nomeação não chegou a acontecer, pois à época, a Justiça barrou a indicação.
O coronel relata que a informação teria sido obtida em uma conversa de um dos números grampeados ilegalmente. Conforme a reportagem, Zaqueu informou que o governador disse que seria preciso “agir imediatamente” para impedir que a nomeação fosse feita.
Financiou grampos
Na delação, Zaqueu acusou a participação de Paulo e Pedro Taques. E conforme a matéria da TVCA, eles não só sabiam da Grampolândia, como ajudaram a esquematiza-la durante a campanha eleitoral em 2014.
Zaqueu revela que os primos deram dinheiro para construir a central telefônica clandestina. Eles utilizavam das informações coletadas clandestinamente durante a campanha principalmente para espionar adversário.
Posteriormente, já no cargo, Pedro Taques continuava recebendo informações obtidas dos telefones grampeados.
Nesta terça-feira (16), o coronel Zaqueu, o cabo Gerson Correa Júnior e o coronel Evandro Lesco irão ser reinterrogados pelo juízo da 11ª Vara Militar de Cuiabá.
A expectativa é que Zaqueu revele mais fatos ocorridos à época da “Grampolândia”.