Política

Editorial: Afinal, podemos confiar na Polícia Militar de MT?

21/08/2019
Editorial: Afinal, podemos confiar na Polícia Militar de MT?
Em quase 184 anos(aniversário dia 1º de setembro), a Polícia Militar de Mato Grosso nunca conviveu com tamanha aberração de grande parte de seu oficialato estarem envolvidos com alguma forma de fraude ou corrupção.   É certo que, já se flagraram casos de má conduta individual nesses longos anos da centenária corporação.   Agora, as últimas denúncias envolvendo tenentes e coronéis, bateu todos os recordes e superou as piores expectativas.   Desde quando foi deflagrada nesta quarta feira,21, a Operação Coverage, feita pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para apurar crimes cometidos por parte do oficialato da PM, foi exposto os meandros das ações nefastas feitas por àqueles que deveriam justamente dar o exemplo de honestidade e caráter.   A ação feita pelo Gaeco apura denuncias do Ministério Público da existência de um grupo de extermínio, alvo da Operação Mercenários, da Polícia Civil. A gangue, segundo o MP, agia para ocultar provas de que a arma de um policial foi usada em três homicídios e quatro tentativas de homicídio.   A operação feita pelo Gaeco, de crimes – todos tipificados no Código Penal Brasileiro – cometidos pelos PM´s, sofrem investigação por suspeita de terem cometido uma gama de diversos crimes, entre eles: obstrução de justiça, corrupção e homicídio.   Entre os investigados estão o 2º Tenente Cleber de Souza Ferreira, o 1º Tenente Thiago Satiro Albino, o Tenente-Coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola e Tenente-Coronel Sada Ribeiro Parreira.   É certo que se a divulgação das ações de policiais corruptos, mentirosos e que tergiversam fosse uma competição entre os Estados, certamente Mato Grosso estaria entre os primeiros colocados. Na verdade é que Mato Grosso descobriu tarde o lado obscuro de alguns dos membros da gloriosa Polícia Militar. A operação do Gaeco mostra as vísceras de alguns deles agindo no submundo do crime e que coloca Mato Grosso, ainda que provisoriamente, como um Estado onde pode viver corruptos e corruptos a mercê da lei.   E isso dá claros sinais do fracasso.   É certo que nem todos os policiais são iguais, mas, a corporação estadual já não é mais aquela, após esse novo escândalo.   Por outro bordo, recapitular outras operações em desfavor de policiais, como a Assepsia e a Grampolândia Pantaneira tem dois feitos importantes: primeiro, reativar na memória dos fatos que embora, tão recentes – e vitais – parecem superados pelas constantes avalanches de revelações: mentiras, desmentiras, e acusações que se comprovem genuínas.   E segundo, a revelação da quantidade de provas sólidas, formada por uma massa gigantesca capaz de calcinhar tudo o que passa em sua órbita.   Foi ao longo da história que os cidadãos mato-grossenses e os policiais aliaram-se à PM como um dos ícones da moralidade e da confiança. Daí nasceu à cumplicidade. Agora com os recentes escândalos, todos pagam o preço.   E é uma cena lamentável e corriqueira vê fardados a fazerem parte da estatística dos crimes.