Política

Editorial: Emanuel, a esparrela, e a anátema na Prefeitura

09/12/2019
A coerência férrea antagônica costuma ser um atributo da ignorância. É certo que a inversão de valores e a inaptidão são propriedades que nada têm a ver com as latentes conjecturas e mudanças de bons resultados.   O abismo entre a retórica e a prática de um modo geral é constante. Mas, na verdade, de tão estranhas ou mal contadas, existem histórias em Cuiabá que, aparentemente, só os bajuladores migalheiros e usurpadores são capazes de produzir - e que, de tão singulares, eles também se complicam muito na hora de explicar.   A verdade é que todos os que têm cargo público, sejam ou não eleitos, não podem usá-lo para fins pessoais e/ou eleitorais. Essa proibição aparece claramente em nossa Constituição.   O artigo 37 é cristalino. Diz que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá, entre outros, ao princípio da impessoalidade. Ou seja, no exercício da função, nenhum agente público pode agir para satisfazer seus interesses pessoais ou levando em conta seus sentimentos ou seus ressentimentos.   A administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Esse é o fundamento do sistema republicano. No caso especifico de Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro, MDB, mais do que ninguém, está submetido a essa regra.   Ele, Emanuel Pinheiro, tem dado mostras claras de não entender isso, não se sabe se de forma consciente ou inconsciente. Não importa, suas ações são de extrema gravidade.   As últimas semanas foram infelizmente ricas em maus exemplos. Nas últimas semanas, o mundo político e jornalístico cuiabano foram surpreendidos, com denuncia que o prefeito teria ‘articulado’ uma reunião oferecendo R$ 50 mil, mais cargos comissionados para que os vereadores de sua base ‘cassasse’ o vereador Abílio Júnior, PSC.   A denuncia foi feita por uma servidora da secretaria de saúde Cuiabá, que fez a denuncia no Ministério Publico e no Grupo de Combate ao crime Organizado(CGCO). A denuncia fez com que promotores abrissem um procedimento para investigar Emanuel, o vereador Abílio e a servidora da saúde de uma forma imparcial.   Alguns apedeutas, até acreditavam que a velha política voltariam a dar as cartas em Cuiabá. Puro engano. O MP e parte da imprensa cuiabana estão de olho. Do outro ‘bordo’, no último domingo, dia 08 de Dezembro, data que se comemora o dia de Nossa Senhora da Conceição, santa da igreja católica, milhares de pessoas saíram às ruas, mesmo com chuva, para protestar contra o prefeito, exigindo sua saída do Palácio Alencastro.   Eles repudiaram o recebimento da dinheirama em que o prefeito de Cuiabá recebeu do ex-governador Silval Barbosa, MDB, no Palácio Paiaguás. É certo que a data do dia 08/12, pode-se ser chamado: o início do fim para o prefeito. A culpa é exatamente dele. A maioria do seu ‘staff’, são fracos politicamente e não tem nenhum projeto estratégico para tentar mudar à ‘guerra’.   Por outro lado, os opositores tem uma linha de engenharia política já definida e com arsenal já pronto para disparar contra o Alencastro. Historicamente, a data da carreata do dia 08/12, mostrou claramente a necessidade de Cuiabá persistir no combate à corrupção e de darem atenção especial à cidadania.   A urgência se mostra maior justamente em momentos nos quais, como ocorre agora, homens públicos como o prefeito Emanuel Pinheiro, com interesses contrariados se aproveitam de equívocos das instituições ou de ataques com potencial para enfraquecê-las para tentar desmoralizar o próprio combate à corrupção. Os cuiabanos precisam resgatar sua autoestima abalada por essa anátema.