Política
'COP 25 não deu em nada', diz ministro Ricardo Salles
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse neste domingo (15) que "a COP 25 não deu em nada".
"Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem", afirma Salles, em sua conta no Twitter.
A atuação do Brasil na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para preservação no Brasil. Mas, nos últimos dias do evento, o país também protagonizou um impasse sobre artigos que tratavam da participação dos oceanos e o uso da terra nas mudanças climáticas.
Em entrevista à GloboNews, o ministro Ricardo Salles disse que o objetivo do Brasil é "não desviar o foco" das emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis das maiores economias do mundo.
"É importante o Brasil deixar claro que o problema das emissões de gases são os combustíveis fósseis. E, portanto, tem que deixar clara a tentativa de disfarçar a discussão dos combustíveis fósseis, afastar e logar para outros temas", declarou.
Salles criticou, ainda, "um protecionismo muito forte dos países ricos" durante os debates da COP 25, "para não abrir seus mercados de carbono para os países em desenvolvimento".
No Brasil, o desmatamento é a principal fonte de emissões de gases causadores do efeito estufa, mas, no mundo, a queima de combustíveis fósseis, como gás e derivados de petróleo, é o motivo de maiores emissões.
Salles criticou, ainda, "um protecionismo muito forte dos países ricos" durante os debates da COP 25, "para não abrir seus mercados de carbono para os países em desenvolvimento".
Por causa da falta de acordo sobre o mercado de carbono, cuja regulamentação ficou adiada para a próxima edição da COP, em 2020, na Escócia, "o Brasil e outros países que poderiam fornecer créditos de carbono em razão de suas boas práticas ambientais saíram perdendo", disse, na rede social.