Política
Um grupo de três pessoas: um Deputado Federal, uma prefeita e seu marido.
Um lugar tranquilo há 67 quilômetros de Cuiabá.
Uma morte.
Um escândalo na época.
Um grande mistério.
Esses foram o enredo familiar que abalou a pacata cidade de Chapada dos Guimaraes em meados do ano 70.
O parlamentar era o Deputado Federal e advogado, Emanuel Pinheiro da Silva Primo, filiado na Arena e que na época, tinha, 44 anos.
A prefeita de Chapada dos Guimarães era Thermozina Siqueira Lopes da Costa, a dona China, e seu marido João Lopes da Costa.
O triângulo amoroso entre os três, segundo relatos da Polícia, na época, resultou em três tiros pelas costas disparados pelo marido de China, João Lopes, contra Emanuel Pinheiro.
A morte ocorreu na festa de Santan´na, no local onde hoje encontra-se o Banco do Brasil, na praça Dom Wunibaldo.
Segundo o inquérito policial e relatos de moradores do local, João tinha prometido matar o parlamentar para ‘lavar a sua honra’.
Na época Chapada tinha cerca de mil habitantes e a rodovia ainda era estrada de chão.
O assassinato ocorreu na noite de sexta feira do dia 26 de julho de 1974 e o clima estava ameno na cidade. Pinheiro ainda chegou a ser socorrido, mas, não resistiu aos ferimentos das balas.
Antes de ser Deputado Federal por Mato Grosso ele foi Deputado Estadual e por duas vezes presidiu a Assembleia Legislativa.
O ex-parlamentar é pai do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro, do MDB, e avô do Deputado Federal Emanuel Pinheiro, o Emanuelzinho.
China, uma das protagonistas da história, era uma mulher cativante e que se não fosse os percalços, da vida real, era iria continuar sua brilhante trajetória na vida política mato-grossense.
Ela foi vereadora por dois mandatos (2000 a 2008) e prefeita de 1968 a 1972. Seu marido chegou a ser absolvido por falhas processuais.
O Ministério Público recorreu e a justiça tentou julgá-lo novamente, marcou um novo júri, mas, ele tinha desaparecido.
Ele iniciou uma jornada dolorosa que durou quase três décadas vivendo na Bolívia.
Com o crime prescrito de homicídio, João Lopes da Costa, de 90 anos, voltou nos últimos dois anos a residir novamente em Chapada dos Guimarães, sua cidade natal, mas, sem a presença de Thermozina Siqueira, a China, ela morreu em 2014.