Política
Há movimento para derrubar veto de Lula à isenção de fundos, diz Hugo
Após declaração de Haddad, presidente da Câmara diz que a Casa quer derrubada dos vetos na tributária, mas vai aguardar alternativa do governo para discutir o tema
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (04) que há “um movimento” na Casa Legislativa para derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a trechos da regulamentação da reforma tributária, que tratam dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e do Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).
Hugo afirmou, porém, que está aberto a ouvir uma alternativa do governo para manter os vetos.
“Houve, sim, uma certa reação [ao veto], principalmente da Frente Parlamentar da Agropecuária e de setores do mercado financeiro. […] Entendo que, dentro da casa, há um movimento pela derrubada desse veto. Com quem eu tenho conversado, tenho sentido. Mas vamos aguardar qual é a alternativa que o governo irá propor e, com tranquilidade, discutir sobre o assunto”, afirmou a jornalistas.
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CÂMARA DOS DEPUTADOS Hugo Motta é eleito presidente da Câmara ALIANÇA POLÍTICIA "Sou amigo dos dois", diz Lula sobre novos presidentes do LegislativoA declaração do presidente da Câmara se deu poucas horas depois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tratar do assunto com jornalistas. Haddad afirmou que o governo estuda uma proposta para compensar os vetos, de forma que possa atender os setores que ficaram descontentes. O ministro afirmou que procuraria Hugo Motta para conversar sobre o tema.
Durante a sanção do texto da regulamentação da reforma tributária, Lula vetou as exceções à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A decisão afeta principalmente os setores imobiliário e da agropecuária.
O secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, explicou que a retirada se baseou em questões jurídicas. “Não havia amparo constitucional expresso para que esses fundos fossem considerados beneficiários do IBS e CBS”, afirmou.
Segundo ele, a orientação para o veto foi baseada na Emenda Constitucional 132, que estabelece quais instituições têm benefícios fiscais ou estão isentas de tributação – ou seja – incluir tais fundos poderia ser interpretado como um benefício fiscal não previsto na Constituição.