Política
O que muda na cúpula do Brics com a escalada do conflito entre Israel e Irã
Encontro do grupo em julho ganha relevância com escalada das tensões no Oriente Médio, mas divergências entre membros complicam consenso

A cúpula do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, ganha nova importância diante da escalada do conflito entre Israel e Irã. O encontro, que reunirá líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos membros como o próprio Irã, enfrenta o desafio de buscar uma posição unificada sobre a crise no Oriente Médio.
A complexidade da situação é evidente, considerando as diferentes relações e interesses dos países membros. A Índia, por exemplo, mantém laços sólidos com Israel, enquanto enfrenta tensões com o Paquistão, aliado geopolítico do Irã. Essa dualidade complica a formulação de um comunicado oficial que possa fazer menção direta a Israel.
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Diplomatas consultados apontam que o fator tempo joga contra a elaboração de um posicionamento conjunto. Com apenas algumas semanas até o encontro, a tarefa de conciliar visões divergentes sobre o conflito se torna ainda mais árdua.
Por outro lado, a relevância da cúpula aumenta justamente devido à gravidade da situação internacional. O Brasil, como anfitrião, tem interesse em que o encontro produza resultados significativos, especialmente no que diz respeito à busca por uma solução diplomática para a crise.
Os países fundadores do BRICS têm adotado, em geral, um tom mais comedido em suas declarações oficiais, apostando na negociação e em saídas diplomáticas. Essa abordagem pode servir como base para um eventual consenso, ainda que limitado.
A presença esperada de uma autoridade iraniana na cúpula adiciona mais um elemento de complexidade às discussões. O Irã, recém-admitido no grupo, estará diretamente envolvido nas negociações sobre um conflito do qual é protagonista.
Apesar dos desafios, a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro se apresenta como uma oportunidade única para o diálogo multilateral em um momento de grande tensão internacional. O sucesso do encontro em produzir uma declaração conjunta significativa sobre o conflito Israel-Irã será um teste crucial para a coesão e relevância do grupo no cenário geopolítico atual.