Política
Lula convoca Alckmin para tratar de tarifaço; medidas saem até terça
Vice-presidente diz que Brasil vai reagir com base na lei da reciprocidade e se reúne hoje com Lula para definir medidas

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na manhã deste domingo (13), em São Paulo, que o decreto de regulamentação da reciprocidade às tarifas impostas pelos Estados Unidos deve ser publicado até terça-feira (15). A declaração ocorre após o governo norte-americano anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, em medida que gerou forte reação do Planalto.
Alckmin também informou que foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma reunião em Brasília. Eles devem discutir os próximos passos da resposta brasileira e também tratar de outros adendos, além das tarifas.
“O Congresso Nacional aprovou a Lei da Reciprocidade, que determina: se houver tarifa lá, haverá tarifa aqui. A regulamentação, que é por decreto, sai amanhã ou até terça-feira”, afirmou Alckmin. “O governo vai trabalhar porque entendemos que essa medida é inadequada, não se justifica e vamos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio).”
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“Em reação às tarifas americanas, o Brasil não é problema para os EUA. Os EUA têm um superávit conosco, tanto de serviços quanto de bens. O déficit comercial deles no ano passado foi de US$ 1,2 trilhão, mas não com o Brasil. O Brasil é superavitário para eles”, disse.
Alckmin ainda criticou a decisão unilateral do governo norte-americano, destacando que oito dos dez principais produtos exportados pelos EUA ao Brasil já são isentos de impostos.
“Vamos trabalhar para reverter isso porque não tem sentido. Essa medida, inclusive, prejudica o consumidor norte-americano.”
A retaliação anunciada pelos EUA tem sido interpretada pelo governo como motivada por razões políticas, já que o anúncio foi feito por Donald Trump, ex-presidente norte-americano e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no STF por tentativa de golpe de Estado.