Política
PF faz buscas e apreensões contra Silas Malafaia e impõe proibição de deixar o país
Cumprimento dos mandados foi feito quando o pastor desembarcou de voo que voltava de Lisboa. Ele é investigado por atrapalhar o processo em que Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que apura o crime de coação no curso do processo. Essa coação, segundo a PF, foi cometida contra autoridades que conduzem o processo da tentativa de golpe de Estado, no qual Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo são réus.
Medidas cautelares
Além da apreensão de aparelhos, Malafaia foi alvo de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas:
- proibição de deixar o país;
- proibição de manter contato com outros investigados.
Abordagem no aeroporto
O pastor foi abordado por agentes federais ao desembarcar de um voo proveniente de Lisboa. Ele foi conduzido para as dependências do aeroporto, onde presta depoimento à PF.
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O pastor Silas Malafaia discursa em ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento, chamado de 'Reaja Brasil', foi feito 'em defesa do fim da censura, pela liberdade de expressão e pela anistia já', no domingo, 3 de agosto de 2025 — Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo
O que diz a PGR
As medidas foram pedidas ao STF pela Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou favoravelmente às medidas, em parecer do último dia 15.
Para o procurador-geral, Paulo Gonet, a PF obteve diálogos e publicações nos quais Malafaia " aparece como orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro".
"Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal n. 2668 [da tentativa de golpe], em que o ex-presidente figura como réu", disse Gonet.