Brasil

Situação atual do Brasil é uma preocupação crescente, diz chefe do programa de emergências da OMS

Especialista alertou para a alta taxa de ocupação das UTIs brasileiras, que em muitas cidades está acima dos 90%, mas disse que o sistema de saúde ainda está suportando a demanda

12/06/2020
Situação atual do Brasil é uma preocupação crescente, diz chefe do programa de emergências da OMS
Foto: Christopher Black/OMS

A situação atual do Brasil, agora um dos epicentros mundiais do coronavírus, é uma preocupação crescente, principalmente nas cidades, afirmou nesta sexta-feira (12), o chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan.

O sistema de saúde do Brasil "ainda está suportando", embora algumas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estejam em um estágio crítico e sob forte pressão, com mais de 90% de taxas de ocupação do sistema de cuidado intensivo, disse Ryan em entrevista coletiva.

A OMS também pontuou nesta sexta-feira que as vacinas para o novo coronavírus deveriam ser disponibilizadas como um bem público global, como forma de garantir que todos tenham acesso justo a quaisquer produtos essenciais que sejam desenvolvidos.  

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus expressou sua preocupação para o que ele considerou como um mundo dividido por conta das políticas de combate ao coronavírus. Ele reforçou que este é um momento de união global e pediu humildade entre as nações.

"Esse é um vírus muito perigoso, que está causando sérios danos às vidas das pessoas, e isso tem que acabar", disse Ghebreyesus. "Este tem que ser um momento de humildade, que a gente pede para refletir e ver a humildade como a única mandiera de sair desse problema, para todos os indivíduos e nações. É por isso que dizemos, já basta."

Ele alertou que enquanto o vírus estiver em circulação, ninguém está à salvo e mesmo regiões que hoje começam a reabrir podem ter que se fechar novamente em uma segunda onda da epidemia com a reintrodução do vírus.

As declarações de Tedros ocorrem depois de surgirem preocupações de que alguns países, incluindo os Estados Unidos, poderiam acumular vacinas ou medicamentos que desenvolvam para combater a Covid-19, com os países mais pobres não tendo acesso aos tratamentos dos quais precisam.