Brasil
A Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (26) a operação Capture the flag (Capture a bandeira, em tradução livre), contra um grupo suspeito de divulgar supostos dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro, dos filhos Carlos, Eduardo e Flávio, além de integrantes do governo e aliados.
A operação, deflagrada nos estados do Rio Grande do Sul e Ceará, tem a participação de 20 agentes da PF e cumpre três mandados de busca e apreensão. Entre os suspeitos, estariam dois menores de idade.
Além da suspeita de divulgar dados ligados ao presidente – que teriam sido retirados de computadores do Exército –, o grupo conhecido como Digital Space era especializado na invasão de computadores de órgãos públicos para expor dados de funcionários públicos e autoridades.
De acordo com o inquérito, integrantes do grupo hacker obtiveram e expuseram ilegalmente dados pessoais de mais de 200 mil servidores e autoridades públicas. O objetivo da organização seria “intimidar e constranger tanto as instituições quanto as vítimas que tiveram seus dados e intimidade expostos”, diz a PF.
Os ataques do grupo teriam resultado na invasão de universidades federais, prefeituras e câmaras de vereadores em Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Também foram afetados um governo estadual e outros órgãos públicos não especificados pela PF.
“Há indícios, ainda, da prática de outros crimes cibernéticos por parte da organização criminosa, como compras fraudulentas pela internet e fraudes bancárias”, diz a nota divulgada pela PF sobre a operação.
O caso envolvendo Bolsonaro
Em 1º de junho, perfis no Twitter que dizem pertencer ao grupo hacker Anonymous Brasil divulgaram supostos dados pessoais do presidente e de membros da sua família.
Também tiveram informações vazadas o deputado estadual Douglas Garcia, aliado do presidente, os ministros Abraham Weintraub e Damares Alves, e o dono da Havan e também aliado de Bolsonaro, Luciano Hang.
Entre os dados divulgados estão informações como e-mails, telefones, endereços, perfil de crédito, renda, nomes de familiares e bens declarados.
Uma das contas que vazou as informações foi suspensa minutos depois, e o site onde estavam armazenadas saiu do ar.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos afetados, escreveu em sua conta no Twitter que o ataque era uma "clara tentativa de intimidação" e que "medidas legais estavam em andamento".