Brasil

Áudios, vídeos e mensagens revelam como funcionava a manipulação de apostas no futebol

O Fantástico mostra a investigação completa do escândalo que abalou o esporte no Brasil

PEDRO RIBEIRO/DA EDITORIA/COM G1 15/05/2023
Áudios, vídeos e mensagens revelam como funcionava a manipulação de apostas no futebol
Foto: G1

Fantástico traz detalhes do escândalo de manipulação em apostas de jogos no futebol brasileiro. Um grupo criminoso aliciava jogadores e combinava lances em campo para beneficiar um grupo de apostadores. A reportagem de Maurício Ferraz e Evandro Siqueira mostra a áudios e vídeos da Operação Penalidade Máxima, comandada pelo Ministério Público de Goiás.

Áudios e vídeos fazem parte da investigação do Ministério Público de Goiás sobre a manipulação de apostas em jogos de futebol -- no Campeonato Brasileiro das séries A e B de 2022 e também em alguns jogos de estaduais deste ano.

Segundo os promotores, o grupo investigado era liderado por Bruno Lopez, que se apresentava como empresário de jogadores. E os suspeitos se dividiam em 2 núcleos:

  • o dos apostadores: que aliciavam atletas para forçar lances durante os jogos. E ainda faziam as apostas nos sites;
  • o dos financiadores: que forneciam dinheiro para os os pagamentos dos jogadores aliciados.

investigação começou em novembro de 2022O presidente do Vila Nova, de Goiânia, descobriu que jogadores do clube estavam sendo aliciados pelo grupo de apostadores antes de um jogo contra o Sport pela série B do Campeonato Brasileiro. Ele juntou provas da tentativa de manipulação e procurou os promotores que combatem o crime organizado no estado.

Jorge Hugo Bravo, presidente do clube e oficial da Polícia Militar, descobriu que o jogador Marcos Vinícius Alves Barreira, apelidado de Romário, tinha sido aliciado. Em depoimento aos promotores, o atleta contou como foi a proposta.

Promotor: O Bruno ( chefe ) falou que era pra cartão ou pênalti? Romarinho: Cartão vermelho ou pênalti. Promotor: Por quanto ? Romarinho: Primeiro ele falou R$ 300 mil, depois falou R$ 150 mil e dava um entrada de R$ 10 mil e depois pagava o resto depois do jogo.

Só que não deu certo. Romário soube que não iria mais participar do jogo e como já tinha recebido o adiantamento pela fraude, tentou conseguir um outro atleta para assumir o seu lugar na armação. "Ninguém topou. E nós só descobrimos isso porque ninguém topou", relata Jorge Hugo Bravo.