Brasil
Governo confirma morte de mais uma brasileira; quem são as vítimas de ataque do Hamas
Todos estavam em uma festa rave no deserto, a 5 km da Faixa de Gaza, quando foram atacados pelo grupo militante palestino Hamas em Israel no sábado (7/10)

O Itamaraty confirmou nesta sexta-feira (13/10) a morte da carioca Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, que estava desaparecida esta semana.
Ela é a terceira brasileira morta no conflito entre Israel e Hamas — ao lado do gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, e da carioca Bruna Valeanu, de 24.
Todos estavam em uma festa rave no deserto, a 5 km da Faixa de Gaza, quando foram atacados pelo grupo militante palestino Hamas em Israel no sábado (7/10).
Karla Stelzer morava em Israel há 11 anos, na cidade de Bet Ezra. Ela tinha um filho de 19 anos, que também mora em Israel e faz parte do exército local.
As últimas mensagens que ela enviou para sua família datam da manhã de sábado (7), coincidindo com o início do ataque terrorista conduzido pelo Hamas.
Karla estava com seu namorado no festival de música eletrônica, um cidadão israelense com quem ela mantinha um relacionamento há seis anos. Ele também foi morto.
O Itaramaty não detalhou as circunstâncias da morte de Karla.
Bruna e Ranani

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Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, estava em festa rave atacada pelo Hamas no fim de semana
Bruna morava na cidade de Petah Tikva, em Israel. Ela tinha se mudado para o país em 2015 e estudava comunicação social e sociologia em uma universidade em Tel Aviv.
"Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Bruna, o governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil", informou o governo brasileiro por meio de nota.
No sábado, homens armados cercaram o local onde a festa acontecia, lançaram granadas e dispararam contra os frequentadores, segundo relatos dos sobreviventes e vídeos que circulam nas redes sociais.
Mais de 260 pessoas morreram ali, segundo autoridades israelenses.
Glazer estava junto com outros dois brasileiros — a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman.

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Bruna Valeanu morreu durante os ataques do Hamas em Israel, segundo Itamaraty
Treistman disse à emissora CNN Brasil que os três — ela, Glazer e Zimerman — fugiram e se esconderam em um bunker ao ouvir os primeiros disparos.
Porém, o abrigo foi alvo de bombas de gás do Hamas, e ela ficou desorientada. Nesse momento, ela e Zimerman se perderam de Glazer.
"A gente não tinha como sair (de dentro do bunker). Tentamos ligar para a polícia. Enfim, se defendendo literalmente com os corpos das pessoas que morreram pela situação. Em algum momento, eu não vi mais o meu namorado. Não sei se ele levantou, se chegou a sair. Eu não vi mais ele. Eu estava muito desorientada. Eu desmaiava muito, desmaiava e acordava por causa do gás", contou.
Segundo Zimerman, "quando saí do abrigo, dei de cara com a polícia", afirmou ele ao jornal Folha de S.Paulo.
"Estava com a Rafaela. Mas o Ranani infelizmente não saiu com a gente. Chorei demais. Agradeci. O que falei com Deus não está escrito. Quando vi a Rafaela, só pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor enorme para ela", acrescentou ele.

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Os brasileiros Bruna e Ranani foram encontrados mortos após ataque do Hamas em Israel
Havia por volta de 4 mil pessoas na festa rave.
O festival de música eletrônica foi criado pelo pai do DJ brasileiro Alok, Juarez Petrillo, conhecido como DJ Swarup. A versão em Israel foi promovida e organizada por um produtor local.